DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o governo analisa a situação do setor automotivo e estuda medidas para manter o "bom ritmo" de produção e exportação que as montadoras apresentaram nos últimos dois anos. Segundo ele, nenhuma saída será adotada para atender a uma empresa especificamente, referindo-se ao anúncio de reestruturação da Volkswagen.
Ontem, o presidente Lula, Mantega e o ministro Luiz Marinho (Trabalho), além de representantes do Ministério do Desenvolvimento, do BNDES e da VW, se reuniram no Palácio do Planalto para tratar das dificuldades apresentadas pela montadora.
"Não foi tomada nenhuma decisão. Nós ainda estamos analisando a situação e as saídas porque não queremos que haja redução de produção ou de emprego. O governo não pode fazer uma medida para uma empresa, pode fazer para um setor", declarou o ministro depois da reunião.
Nos próximos dias, Mantega terá encontros com a Anfavea (fabricantes de veículos) e com o Sindipeças (reúne empresas produtoras de autopeças).
"A indústria automobilística tem tido um bom desempenho, teve um bom crescimento nos últimos dois anos e só agora está apresentando alguns problemas. Temos que analisar a situação. Se conseguirmos manter essa direção que ela conseguiu dar nos últimos dois anos, acho que não haverá problema", disse o ministro.
Questionado se o Ministério da Fazenda está preparado para reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) como fez em anos anteriores, Mantega respondeu: "Não estou preparado para mexer no IPI". Ele acrescentou que os estudos do BNDES para criar uma linha de financiamento para compra de caminhões independem da situação atual do setor. "Pode ajudar. Mas não é a questão central."
Hoje, sindicalistas do ABC e de Taubaté (interior de São Paulo) se reúnem na Alemanha com membros do Comitê Mundial dos Trabalhadores da VW para estudar reações conjuntas. Uma das idéias é de fazer um dia de paralisação em diversos países.