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País será emergente com mais milionários em 2017, diz estudo
Brasil terá 675 mil domicílios com fortuna de pelo menos US$ 1 mi; Bolsa e commodities explicam o crescimento
Mas o Brasil é um dos países com maior concentração
de renda; EUA, Japão e
Reino Unido liderarão
lista geral de milionários
ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO
O Brasil será o país emergente com o maior número de milionários em 2017, de acordo
com estudo da Barclays Wealth
e da Economist Intelligence
Unit. Serão 675 mil domicílios
com fortuna de pelo menos
US$ 1 milhão, superando China, Índia e Rússia. Já 15 países,
considerados desenvolvidos, ficarão à frente do Brasil.
O Brasil também ficará na
frente dos colegas de Brics
(grupo também integrado por
Rússia, Índia e China) no número de domicílios com riqueza de pelo menos US$ 500 mil.
De acordo com o levantamento, 2,6 milhões de residências
terão ao menos meio milhão de
dólares, 700 mil a mais que a
Índia e 800 mil a mais que a
Rússia e a China.
Os dois países asiáticos com
população superior a 1 bilhão,
no entanto, superarão amplamente o Brasil no número de
domicílios com ao menos US$
100 mil. A projeção é que 15 milhões de domicílios brasileiros
tenham esse valor em 2017,
mais que o dobro do ano passado. A estimativa para a China,
por exemplo, é de 75 milhões de
lares com US$ 100 mil ou mais.
Segundo o estudo, chamado
"Fortunas em expansão", em
2017, ficará "fora de moda"
usar o termo "emergente" para
designar os Brics. "O expressivo poder econômico dessas
economias -e o dramático
crescimento da riqueza- significa que eles [os Brics] terão
completa e verdadeiramente
emergido para o palco global."
A explicação do levantamento para o crescimento do número de milionários no Brasil,
que no ano passado era considerado "insignificante", são o
aumento dos preços das commodities e a expansão da Bolsa.
O país é o principal exportador de uma série de produtos
como minério de ferro, café,
açúcar, carne bovina, suco de
laranja. E a Bolsa de São Paulo é
uma das que mais crescem no
mundo. Nos últimos 12 meses
até abril, expandiu-se em 70% e
foi a que mais subiu entre 52
Bolsas mundiais, de acordo
com a Standard & Poor's.
A consultoria americana
BCG (The Boston Consulting
Group) disse que no ano passado havia 190 mil milionários no
Brasil, 46,1% mais que em
2006. Na lista de bilionários
deste ano da revista "Forbes", o
Brasil tem 18 representantes,
com uma fortuna média de US$
3,6 bilhões -o mais rico é o empresário Antônio Ermírio de
Moraes, do Grupo Votorantim,
com US$ 10 bilhões. Ele aparece na 77ª colocação geral.
No topo da lista da pesquisa
da Barclays Wealth e da EIU, a
liderança continuará com os
Estados Unidos, que terão quase 30 milhões de domicílios milionários daqui a nove anos, seguido por Japão e Reino Unido.
A única mudança entre os dez
primeiros é a saída da Suíça,
substituída pela Holanda.
Concentração
Porém, o Brasil fica na metade de baixo da tabela quando o
assunto é concentração dessa
renda, melhor apenas que 16
países. Os milionários representarão 1,1% dos domicílios, à
frente apenas de nações como
Rússia, Argentina e China no
estudo com 50 países. Em Cingapura, 40% dos domicílios terão pelo menos US$ 1 milhão.
O Brasil é o nono país mais
desigual do mundo, de acordo
com levantamento com 127 nações divulgado no início do mês
passado pelo Banco Mundial.
No país, os 10% mais ricos concentravam 44,9% da renda em
2005, e os 10% mais pobres,
0,9%. Pelo estudo do Banco
Mundial, que usa dados de anos
diferentes, o índice de Gini
-que mede a concentração de
renda- do Brasil só é melhor
que o de países como Namíbia,
Lesoto e Bolívia.
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