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Analista comprou carro usado em 60 prestações e não sabe valor dos juros
DA REPORTAGEM LOCAL
Estudante de administração de empresas, o analista
de recursos humanos Leonardo Rodrigues Magalhães,
21, comprou no mês passado
seu primeiro carro, um Fiat
Uno 2001, em 60 prestações
de R$ 479.
O analista afirma não se
lembrar da taxa de juro da
compra nem do valor exato
do financiamento -que inclui o pagamento do IPVA e
os custos de transferência.
"Foi entre R$ 16 mil e R$ 17
mil", disse.
Magalhães não sabe, mas o
financiamento de cinco anos
embute uma taxa de juros
mensais de 2,16%, o que dá
29,3% ao ano, considerada
alta no mercado.
"Dá um frio na barriga [o
financiamento ir tão longe].
Até pensei em fazer em menos tempo, mas a prestação
ficava muito alta e aí não dava", disse.
Dono da comunidade "Dívida, dívida, dívida" no site
de relacionamentos Orkut,
destinada a "pessoas que não
resistem a uma compra em
dez vezes sem juros", o estudante de ciências da computação Ricardo Simon Selis,
23, afirma que aprendeu
bastante sobre taxas de juros
depois de comprar um computador parcelado em uma
grande rede varejista no ano
passado.
O estudante comprou o
computador por cerca de R$
1.500 parcelado em dez vezes de R$ 215 -com taxas de
juros de 3,5% ao mês. Depois
de pagar duas parcelas, acabou perdendo o emprego e
ficou sem dinheiro para saldar as demais.
Pouco tempo depois, conseguiu um novo trabalho e
negociou com o banco um
empréstimo de R$ 1.200 parcelado em oito vezes de R$
168, com juros menores, de
2,2% ao mês.
Com o empréstimo, saldou o débito na loja. "Diminuem os juros e o valor das
prestações da mesma dívida", disse Selis.
O estudante afirma que
encontra na comunidade colegas que compram produtos em até 24 vezes, mas que
depois têm algum problema
e não conseguem mais pagar.
"Foi o que aconteceu comigo. Hoje em dia, se tenho dinheiro, eu compro. Se eu não
tenho, dispenso. Espero juntar esse dinheiro e até ficar
mais barato. Com dinheiro
na mão, você consegue um
desconto, ganha um brinde",
disse Selis.
(TS)
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