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Caixa Econômica entra na área de câmbio
Banco vai vender moeda estrangeira e oferecer financiamento para empresários que trabalham com comércio exterior
CEF vai competir com o líder Banco do Brasil, que possui hoje 26% dos contratos de câmbio para exportação e 25% daqueles à importação
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de o Banco do Brasil
começar a oferecer financiamento imobiliário, a CEF (Caixa Econômica Federal) contra-ataca e se prepara para atuar no
mercado de câmbio e crédito
para o comércio exterior, um
dos negócios fortes do BB.
A CEF conseguiu autorização do Banco Central para operar com câmbio em 2006, mas
ainda não oferece nenhum serviço nessa área. Agora, o banco
conclui mudanças internas para, até 2009, comprar e vender
moeda estrangeira aos clientes.
E oferecer linhas de financiamento e contratos de câmbio
para empresários que trabalham com exportação e importação, principalmente pequenas e microempresas.
O primeiro passo, já em funcionamento, foi um projeto-piloto de venda de dólares para os
funcionários. Até o ano que
vem, todos os clientes da instituição poderão comprar moeda
estrangeira nas agências antes
de viajar para o exterior, o chamado "câmbio manual".
A abertura desse mercado,
autorizada na semana passada
pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), também vai beneficiar a instituição. O banco
tem interesse em transformar
as casas lotéricas, hoje seus correspondentes bancários, em
correspondentes cambiais
-que poderão fazer operações
de envio e recebimento de remessas de dólares do exterior.
De todas as novas operações
internacionais da Caixa Econômica, essa é a mais incipiente.
Os outros projetos estão em fase de conclusão.
Outra parte do projeto internacional da instituição é voltado para as empresas, ligado aos
objetivos da política industrial
do governo de ampliar o número de exportadores do país. A
CEF vai operar com câmbio para exportação e importação e linhas de financiamento de ACC
(Adiantamento de Contrato de
Câmbio) e ACE (Adiantamento
de Contrato de Exportação).
O ACC é uma linha de crédito
de capital de giro para exportações, em que o banco antecipa,
em reais, o valor de um bem
que será exportado no futuro. O
ACE é o crédito, também em
reais, do valor de uma mercadoria que já foi embarcada para
o exterior, mas o cliente estrangeiro vai pagar a empresa a prazo, em dólares ou euros.
Segundo o vice-presidente de
Pessoa Jurídica da Caixa, Carlos Brito, o banco identificou
demanda de 8.000 empresas,
que já são seus clientes, por serviços ligados ao comércio exterior. Hoje, apenas 37 mil empresas no país trabalham com
exportação ou importação.
A meta do governo federal,
com a política industrial, é aumentar em 10% o número de
empresas exportadoras, principalmente as de pequeno porte,
até 2010.
"O nosso objetivo ao entrar
nesse mercado é ter um portfólio completo e oferecer tudo de
que o cliente precisa. Os tempos de globalização exigem esse
direcionamento", disse Brito.
O novo foco da CEF entra em
um mercado liderado pelo concorrente público. O Banco do
Brasil responde hoje por 26%
de todos os contratos de câmbio para exportação no país e
25% dos contratos de câmbio
para importação. A carteira de
crédito para o comércio exterior do BB é R$ 11,019 bilhões
(dados do primeiro trimestre),
dos quais 59,6% são contratos
de ACC e ACE.
O superintendente de Negócios Internacionais da CEF,
Flávio Petró, disse que um estudo de mercado feito pelo
banco mostrou que é possível
conquistar 5% do total das operações de comércio exterior no
país até 2014, quando o fluxo de
importações e exportações deve somar US$ 421 bilhões.
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