São Paulo, terça-feira, 09 de junho de 2009

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Governo chinês aumenta ajuda ao setor exportador

País eleva restituição tributária para mais de 2.600 itens, como aço e sapatos

Medidas protecionistas adotadas em resposta à alta do desemprego no mundo tendem a agravar a crise, alerta o Banco Mundial


DA REDAÇÃO

Para estimular as exportações, fortemente afetadas pela crise global, o governo chinês anunciou ontem uma elevação na restituição tributária para uma série de produtos, como brinquedos e aço.
Foi a sétima vez desde agosto do ano passado que o governo comunista aumenta a restituição de parte do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) para permitir que o setor exportador consiga diminuir seus preços e, consequentemente, aumentar a sua competitividade.
Pelo esquema, as empresas recebem de volta do governo -de maneira integral ou parcial- o IVA de itens usados na produção de bens exportados.
A medida afeta, segundo a imprensa estatal, mais de 2.600 itens, como produtos agrícolas, máquinas, sapatos, chapéus e brinquedos, e é retroativa a 1º de junho. No caso do aço, a restituição chega a 9% -o governo não divulgou qual era o nível anterior da ajuda.
"As exportações chinesas ainda enfrentam dificuldades no curto prazo. A restituição tributária ajudará os exportadores a reduzirem custos e impulsionarem as vendas", disse uma autoridade do Ministério das Finanças à agência Xinhua.
No mês passado, Pequim já havia avisado que aumentaria a ajuda para o setor exportador, que emprega muitos funcionários, para tentar diminuir o impacto na queda das vendas para o exterior, que é, neste momento, o maior desafio para a terceira maior economia mundial.
Em abril, as exportações chinesas recuaram 22,6%, o sexto mês consecutivo de queda. O resultado é reflexo da crise, que diminuiu a demanda em todo o mundo, com empresas e consumidores cortando gastos. No cenário interno, a diminuição das vendas para o exterior fez com que milhões de trabalhadores chineses perdessem os seus empregos.

Banco Mundial
A decisão chinesa ocorreu no mesmo dia em que o presidente do Banco Mundial, o americano Robert Zoellick, voltou a fazer um forte ataque a medidas protecionistas adotadas por diversos países durante o atual momento de crise. Para ele, o protecionismo ameaça desfazer os sinais de recuperação da economia global.
"Neste momento existe um febre baixa, ainda não é uma gripe, mas precisamos ficar atentos porque, na medida em que os números do desemprego sobem, os políticos estão sob pressão e alguns deles podem se voltar para o protecionismo", disse o dirigente.
Em março, o Banco Mundial afirmou que 17 dos membros do G20 (grupo que reúne economias desenvolvidas e emergentes), entre eles o Brasil, passaram, desde novembro do ano passado, a adotar medidas protecionistas.


Com agências internacionais


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