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Volume de investimento
em máquina segue baixo
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investimentos na aquisição
de máquinas e equipamentos para modernização do parque industrial brasileiro estão em expansão, mas o volume investido
ainda está baixo.
Para medir esse comportamento da indústria, os economistas
somam a produção interna de
bens de capital às importações do
setor e excluem as exportações.
Essa fórmula permite observar a
fatia da produção que é incorporada ao maquinário das empresas
no país. Esse indicador é conhecido como absorção interna.
"A absorção está melhor do que
em 2003, mas não está fantasticamente boa. Está estável", avaliou
Cristiano Souza, da Consultoria
MB Associados.
A afirmação é baseada no desempenho do indicador. Entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período
do ano passado, houve um crescimento de 4,6% no índice de absorção interna. Em maio deste
ano em relação ao mesmo mês de
2003, houve uma elevação de
14%. A base de comparação com
2003, entretanto, é fraca, já que no
acumulado do ano houve uma
queda de 11,5% ante 2002.
Diante disso, Souza argumenta
ainda que é cedo para falar em
"retomada sólida" de investimentos no parque industrial brasileiro
por meio do aumento da produção de bens de capital. "Há algum
investimento no setor de bens de
capital. Mas muito do que o Brasil
está produzindo está sendo exportado", diz o analista.
Por esse motivo, segundo a consultoria, as empresas voltadas para o setor externo são as que mais
têm se empenhado em investir,
sobretudo segmentos ligados ao
agronegócio e a automóveis e autopeças. A consultoria Tendências estima que o complexo automotivo deva exportar o equivalente a US$ 9,6 bilhões neste ano,
uma alta de 18% sobre 2003.
Já diante da renda interna minguada do brasileiro, as indústrias
mais atreladas a esse mercado devem demorar a recuperar o fôlego. "Setores como calçados e alimentos, que dependem da renda
interna, ainda não têm incentivo
para investir", disse Souza.
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