São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2004

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Volume de investimento em máquina segue baixo

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investimentos na aquisição de máquinas e equipamentos para modernização do parque industrial brasileiro estão em expansão, mas o volume investido ainda está baixo.
Para medir esse comportamento da indústria, os economistas somam a produção interna de bens de capital às importações do setor e excluem as exportações. Essa fórmula permite observar a fatia da produção que é incorporada ao maquinário das empresas no país. Esse indicador é conhecido como absorção interna.
"A absorção está melhor do que em 2003, mas não está fantasticamente boa. Está estável", avaliou Cristiano Souza, da Consultoria MB Associados.
A afirmação é baseada no desempenho do indicador. Entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 4,6% no índice de absorção interna. Em maio deste ano em relação ao mesmo mês de 2003, houve uma elevação de 14%. A base de comparação com 2003, entretanto, é fraca, já que no acumulado do ano houve uma queda de 11,5% ante 2002.
Diante disso, Souza argumenta ainda que é cedo para falar em "retomada sólida" de investimentos no parque industrial brasileiro por meio do aumento da produção de bens de capital. "Há algum investimento no setor de bens de capital. Mas muito do que o Brasil está produzindo está sendo exportado", diz o analista.
Por esse motivo, segundo a consultoria, as empresas voltadas para o setor externo são as que mais têm se empenhado em investir, sobretudo segmentos ligados ao agronegócio e a automóveis e autopeças. A consultoria Tendências estima que o complexo automotivo deva exportar o equivalente a US$ 9,6 bilhões neste ano, uma alta de 18% sobre 2003.
Já diante da renda interna minguada do brasileiro, as indústrias mais atreladas a esse mercado devem demorar a recuperar o fôlego. "Setores como calçados e alimentos, que dependem da renda interna, ainda não têm incentivo para investir", disse Souza.


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