São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2004

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Instituição cobra taxa contra saque

DA REDAÇÃO

O assessor econômico do presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ontem que o setor bancário enfrenta uma crise e atribuiu a responsabilidade ao próprio governo. Nesta semana, um dos 20 maiores bancos russos, o Guta, teve de fechar as portas de suas agências.
Ontem, o maior banco privado da Rússia agiu para impedir uma corrida aos depósitos. O Alfa Bank impôs uma taxa de 10% aos depositantes que desejam sacar seu dinheiro com antecedência.
O assessor econômico do presidente, Andrei Illarionóv, deixou claro que discordava do primeiro-ministro do país, Miklhail Fradkóv, que tentara horas antes acalmar os temores quanto aos problemas nos bancos.
"É evidente que existe uma crise bancária", disse Illarionóv, de acordo com a agência de notícias Interfax.
"A crise bancária de julho de 2004, como qualquer outra crise econômica, resulta das ações das autoridades", teria dito ele.
O Alfa Bank disse que sua taxa especial de 10% era uma medida provisória, conectada ao "pânico no mercado e ao número significativo de pessoas que desejavam sacar seu dinheiro".
O governo e o banco central tentavam garantir aos depositantes que têm lembranças dolorosas do colapso dos bancos seis anos atrás que a situação dessa vez não se repetiria.
"O importante é que a situação [no sistema bancário] é favorável, e as questões que surgiram [...] estão sendo resolvidas pelo banco central", disse Fradkóv durante uma reunião de gabinete.
Os problemas do setor bancário começaram em maio, quando um pequeno banco perdeu licença devido a atividades de lavagem de dinheiro. No mês seguinte, outro banco de pequeno porte fechou as portas, e a seguir um banco médio, o Dialog-Optim, deixou de aceitar depósitos.
Os acontecimentos abalaram a confiança e causaram uma crise de liquidez. Os bancos maiores suspenderam seus empréstimos aos pequenos.
As agências internacionais de classificação de crédito disseram que era improvável que os problemas se tornassem uma crise generalizada ou solapassem os fortes fundamentos econômicos da Rússia.
"É uma questão endêmica relacionada à debilidade das instituições russas, mas a crise será resolvida. Não acreditamos que surja uma crise bancária de grandes proporções, como em 1998, por exemplo", disse Scott Bugie, diretor-executivo da Standard & Poor's.


Com agências internacionais
Tradução de Paulo Migliacci


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