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Instituição cobra taxa contra saque
DA REDAÇÃO
O assessor econômico do presidente da Rússia, Vladimir Putin,
disse ontem que o setor bancário
enfrenta uma crise e atribuiu a
responsabilidade ao próprio governo. Nesta semana, um dos 20
maiores bancos russos, o Guta, teve de fechar as portas de suas
agências.
Ontem, o maior banco privado
da Rússia agiu para impedir uma
corrida aos depósitos. O Alfa
Bank impôs uma taxa de 10% aos
depositantes que desejam sacar
seu dinheiro com antecedência.
O assessor econômico do presidente, Andrei Illarionóv, deixou
claro que discordava do primeiro-ministro do país, Miklhail
Fradkóv, que tentara horas antes
acalmar os temores quanto aos
problemas nos bancos.
"É evidente que existe uma crise
bancária", disse Illarionóv, de
acordo com a agência de notícias
Interfax.
"A crise bancária de julho de
2004, como qualquer outra crise
econômica, resulta das ações das
autoridades", teria dito ele.
O Alfa Bank disse que sua taxa
especial de 10% era uma medida
provisória, conectada ao "pânico
no mercado e ao número significativo de pessoas que desejavam
sacar seu dinheiro".
O governo e o banco central tentavam garantir aos depositantes
que têm lembranças dolorosas do
colapso dos bancos seis anos atrás
que a situação dessa vez não se repetiria.
"O importante é que a situação
[no sistema bancário] é favorável,
e as questões que surgiram [...] estão sendo resolvidas pelo banco
central", disse Fradkóv durante
uma reunião de gabinete.
Os problemas do setor bancário
começaram em maio, quando um
pequeno banco perdeu licença
devido a atividades de lavagem de
dinheiro. No mês seguinte, outro
banco de pequeno porte fechou as
portas, e a seguir um banco médio, o Dialog-Optim, deixou de
aceitar depósitos.
Os acontecimentos abalaram a
confiança e causaram uma crise
de liquidez. Os bancos maiores
suspenderam seus empréstimos
aos pequenos.
As agências internacionais de
classificação de crédito disseram
que era improvável que os problemas se tornassem uma crise generalizada ou solapassem os fortes
fundamentos econômicos da
Rússia.
"É uma questão endêmica relacionada à debilidade das instituições russas, mas a crise será resolvida. Não acreditamos que surja
uma crise bancária de grandes
proporções, como em 1998, por
exemplo", disse Scott Bugie, diretor-executivo da Standard &
Poor's.
Com agências internacionais
Tradução de Paulo Migliacci
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