da Reportagem Local

Os juros futuros dispararam ontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
No mercado DI (contratos futuros, lastreados em depósitos financeiros), a taxa projetada para agosto ficou em 21,87% -alta de 1,15 ponto percentual em relação a anteontem.
A taxa para julho se refere a contratos com vencimentos em setembro.
A taxa para setembro (vencimento de contrato em outubro) passou de 21,33% para 22,55% ao ano. A taxa básica de mercado projetada pelo governo para o ano é de 21%.
A instabilidade no setor de renda fixa começou cedo, com a incerteza quanto à cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Anteontem, uma liminar suspendeu o pagamento do tributo em todo o Estado do Rio Grande do Sul.
O governo vai recorrer. Sem a CPMF, haveria dificuldades para cumprir a meta fiscal neste ano, fixada em acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Além disso, houve muita incerteza diante do resultado do leilão de títulos públicos prefixados realizados pelo governo. O Tesouro não conseguiu vender todo o lote de papéis por causa da dispersão de taxas. Nas LTNs (Letras do Tesouro Nacional) de um ano, a taxa média paga -25,65%- foi considerada alta.
Por ser véspera de feriados, foram poucos os negócios realizados na BM&F, tornando o mercado mais propício a manipulações.
Os problemas enfrentados pela Argentina, com queda de 4,36% na Bolsa, acabaram influenciando negativamente os papéis latino-americanos comercializados no exterior.
Os C-Bonds, títulos da dívida brasileira mais negociados fora do país, tiveram queda de 1,53 ponto percentual, sendo cotados a 62,72% do valor de face.
Os C-Bonds servem para avaliar a credibilidade do país no exterior. Quanto maior o deságio, menor a confiança de que o país vai honrar seu compromisso na hora de pagá-lo.
O FRB, título argentino mais comercializado no exterior, apresentou queda de 0,30% em relação a anteontem.
(MARCELO DIEGO)


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