São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2000


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MAPPIN
Advogados do empresário conseguem fazer acordo, e seu depoimento é marcado para o dia 4 de outubro
Mansur vai se apresentar à Justiça

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça Federal fez um acordo com os advogados do empresário Ricardo Mansur, ex-dono da Mesbla, Mappin e Crefisul, para que ele se apresente até o dia 4 de outubro.
Até a data, o juiz Ali Mazloum da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo manterá revogado provisoriamente o mandado de prisão preventiva expedido contra o empresário no dia 10 de maio. Fica também suspenso o pedido de extradição do empresário.
O empresário se encontrava foragido da Justiça até o dia 23 de junho, quando foi expedido o contramandado de prisão.
Ele é acusado pelo Ministério Público Federal de divulgar informações falsas ou prejudicialmente incompletas em dezembro do ano passado sobre supostos problemas financeiros do Bradesco.
Mansur mora em Londres e teve a prisão preventiva decretada por não se encontrar no país para prestar esclarecimentos à Justiça. Ele alega problemas de saúde, como stress e pressão alta.
Duas petições foram impetradas pelos advogados do empresário para que a decisão de Mazloum fosse revista. Na primeira, eram alegados apenas problemas de saúde para justificar a ausência do empresário do país.
Como o juiz manteve a decisão de prender preventivamente Mansur, Sérgio Rosenthal, advogado do empresário, fez uma nova petição em que se compromete a apresentar o seu cliente para ser interrogado às 16h no dia 4 de outubro.
Segundo a Justiça Federal, o processo de extradição poderia ser concluído pelo Ministério da Justiça somente no primeiro semestre do ano que vem. O acordo com os representantes legais do empresário adiantaria o interrogatório do empresário.
"O acusado vem manifestando, insistentemente, vontade de comparecer a juízo para prestar esclarecimentos. Dou-lhe a oportunidade de se apresentar para ser interrogado e exercer o seu direito de defesa", afirmou Mazloum em seu despacho.
O processo de extradição que está sendo movido contra o empresário pelo Ministério da Justiça continua sendo executado.
Entretanto, o pedido de extradição feito à Inglaterra mantém-se por suspenso até a data do interrogatório.
Caso Mansur não se apresente, o pedido de prisão preventiva também será restabelecido.
A divulgação de que o banco estaria em dificuldades teria sido feita em Londres por meio da Internet. Mansur teria utilizado nome falso para propagar o boato.
O empresário pode ter cometido crime contra o sistema financeiro. Segundo a Lei do Colarinho Branco, ele pode pegar de dois a seis anos de prisão.
O juiz da 18ª Vara Cível, Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, que julga o caso da falência do Mappin, expediu contra Mansur um mandado de prisão administrativa, que prevê até 60 dias de detenção, no dia 23 de fevereiro.
A dívida do empresário é estimada em cerca de R$ 1,2 bilhão.
Até o fechamento desta edição o advogado de Mansur não havia retornado os telefonemas da Folha para comentar o acordo.


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