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MAPPIN
Advogados do empresário conseguem fazer acordo, e seu depoimento é marcado para o dia 4 de outubro
Mansur vai se apresentar à Justiça
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça Federal fez um acordo
com os advogados do empresário
Ricardo Mansur, ex-dono da
Mesbla, Mappin e Crefisul, para
que ele se apresente até o dia 4 de
outubro.
Até a data, o juiz Ali Mazloum
da 7ª Vara Criminal Federal de
São Paulo manterá revogado provisoriamente o mandado de prisão preventiva expedido contra o
empresário no dia 10 de maio. Fica também suspenso o pedido de
extradição do empresário.
O empresário se encontrava foragido da Justiça até o dia 23 de junho, quando foi expedido o contramandado de prisão.
Ele é acusado pelo Ministério
Público Federal de divulgar informações falsas ou prejudicialmente incompletas em dezembro do
ano passado sobre supostos problemas financeiros do Bradesco.
Mansur mora em Londres e teve a prisão preventiva decretada
por não se encontrar no país para
prestar esclarecimentos à Justiça.
Ele alega problemas de saúde, como stress e pressão alta.
Duas petições foram impetradas pelos advogados do empresário para que a decisão de Mazloum fosse revista. Na primeira,
eram alegados apenas problemas
de saúde para justificar a ausência
do empresário do país.
Como o juiz manteve a decisão
de prender preventivamente
Mansur, Sérgio Rosenthal, advogado do empresário, fez uma nova petição em que se compromete
a apresentar o seu cliente para ser
interrogado às 16h no dia 4 de outubro.
Segundo a Justiça Federal, o
processo de extradição poderia
ser concluído pelo Ministério da
Justiça somente no primeiro semestre do ano que vem. O acordo
com os representantes legais do
empresário adiantaria o interrogatório do empresário.
"O acusado vem manifestando,
insistentemente, vontade de comparecer a juízo para prestar esclarecimentos. Dou-lhe a oportunidade de se apresentar para ser interrogado e exercer o seu direito
de defesa", afirmou Mazloum em
seu despacho.
O processo de extradição que
está sendo movido contra o empresário pelo Ministério da Justiça continua sendo executado.
Entretanto, o pedido de extradição feito à Inglaterra mantém-se
por suspenso até a data do interrogatório.
Caso Mansur não se apresente,
o pedido de prisão preventiva
também será restabelecido.
A divulgação de que o banco estaria em dificuldades teria sido
feita em Londres por meio da Internet. Mansur teria utilizado nome falso para propagar o boato.
O empresário pode ter cometido crime contra o sistema financeiro. Segundo a Lei do Colarinho
Branco, ele pode pegar de dois a
seis anos de prisão.
O juiz da 18ª Vara Cível, Luiz
Beethoven Giffoni Ferreira, que
julga o caso da falência do Mappin, expediu contra Mansur um
mandado de prisão administrativa, que prevê até 60 dias de detenção, no dia 23 de fevereiro.
A dívida do empresário é estimada em cerca de R$ 1,2 bilhão.
Até o fechamento desta edição o
advogado de Mansur não havia
retornado os telefonemas da Folha para comentar o acordo.
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