São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2000


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Banco do Brasil tem lucro de R$ 389,9 milhões em seis meses

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A renegociação da dívida da Prefeitura de São Paulo salvou o balanço do Banco do Brasil neste primeiro semestre e impediu que houvesse prejuízo no período.
O banco lucrou R$ 389,9 milhões, em boa parte graças à renegociação da dívida municipal, que permitiu a recuperação de um crédito de R$ 400 milhões, dado como perdido.
O empréstimo em questão é uma operação de ARO (Antecipação de Receita Orçamentária) concedida pelo BB ao prefeito Celso Pitta (PTN) em dezembro de 1997, contrariando pareceres de técnicos da área econômica.
A operação foi moeda de troca pelo apoio do ex-prefeito Paulo Maluf, então padrinho político de Pitta, à aprovação da reforma administrativa. Embora fosse contra o empréstimo, a equipe econômica acabou por viabilizá-lo, pois flexibilizou o limite de endividamento de Estados e municípios.
A dívida não foi honrada por Celso Pitta no primeiro vencimento, em janeiro de 1998, e foi rolada algumas vezes. No final, o Banco do Brasil teve de suportar o prejuízo.
Com a renegociação, os R$ 400 milhões ingressaram como receita. O Tesouro Nacional entregou ao BB títulos de sua emissão e se tornou credor do município.
Na prática, o BB foi beneficiado pelo seu maior acionista, o Tesouro Nacional, que renegociou o débito de São Paulo com um prazo de 30 anos e juros privilegiados, a exemplo do que já havia sido feito com Estados. Mesmo com essa ajuda, o resultado do semestre pode ser considerado modesto.
A rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido (dinheiro investido no banco por seus acionistas) foi de apenas 10,6%, enquanto o Itaú obteve 26,8%.
Esse é o indicador internacionalmente usado para comparar lucratividade dos bancos. No caso do BB, significa que, para cada R$ 100 de capital próprio, o banco obteve R$ 10,50 de lucro.
É um retorno relativamente baixo. Se os acionistas do BB tivessem comprado títulos públicos em vez de aplicar os recursos no banco, o retorno seria de cerca de 18,5% no primeiro semestre.
O lucro do Banco do Brasil caiu 32,05%, caso seja confrontado com o valor do primeiro semestre de 1999. Mas os valores não são diretamente comparáveis, pois em 1999 a desvalorização do real deu uma receita de R$ 2,7 bilhões ao BB.


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