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SISTEMA FINANCEIRO
Queda da inadimplência e maior receita com fundos de investimento turbinaram ganho do banco
Lucro do Itaú sobe 43% no 1º semestre
VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro do Banco Itaú, segunda
maior instituição financeira privada do país, cresceu 43,1% no
primeiro semestre deste ano em
relação ao ano passado, atingindo
R$ 800,2 milhões.
Esse crescimento do lucro não
leva em conta os ganhos extraordinários, de R$ 535 milhões, que o
Itaú teve em 99 por causa da desvalorização do real. O lucro total
no primeiro semestre de 99 foi de
R$ 1,09 bilhão. Descontado o efeito extraordinário da desvalorização, ele cai para R$ 559 milhões.
A desvalorização do real, em janeiro do ano passado, valorizou
os bens que os bancos tinham no
exterior e esse efeito jogou os lucros para cima. O Itaú tem bancos
na Argentina e também em Portugal, além de outros ativos menores, somando investimentos no
exterior de US$ 1,5 bilhão.
Descontando isso, o lucro do
banco cresceu este ano devido a,
principalmente, dois fatores. Redução das despesas com créditos
problemáticos e aumento das receitas vindas do pagamento de taxas de administração dos fundos
de investimento.
"Estamos trabalhando desde 96
nos sistemas que controlam o risco das operações de crédito e os
resultados começam a aparecer",
afirmou Roberto Setubal, presidente do Itaú.
As despesas do banco para formar reservas para conter eventuais problemas de inadimplência
no crédito caíram de R$ 534,2 milhões para R$ 315,9 milhões.
Isso, apesar do crescimento da
carteira de empréstimos, que foi
de R$ 15,4 bilhões para R$ 18,2 bilhões. A expansão do crédito passou a ser uma orientação do banco a partir do segundo semestre
de 99, quando ficou claro que os
juros começariam a cair.
"Quando a inadimplência subiu
muito em 96, vimos que não estávamos preparados para atuar
com taxas de juro baixas. Melhoramos os sistemas e agora isso nos
dá segurança na expansão do crédito", disse Setubal.
Ele acredita numa expansão
ainda maior dos empréstimos de
agora em diante.
As chamadas receitas com prestação de serviços -tarifas bancárias e taxas de administração de
fundos- subiram de R$ 1,44 bilhão para R$ 1,67 bilhão nesse primeiro semestre.
Segundo Sílvio Carvalho, diretor do Itaú, cresceu muito a receita com taxas de administração,
porque a carteira de recursos administrados pelo banco saltou de
R$ 27 bilhões para R$ 37 bilhões.
Conforme o esperado, os ganhos do Itaú com os juros pagos
pelos títulos da dívida do governo
caíram, acompanhando a redução do juro básico da economia.
Os ganhos do banco com títulos
caíram de R$ 2,9 bilhões para R$
1,7 bilhão.
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