São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Armínio vê acordo "espetacular" e Malan diz que são recursos baratos

FABRICIO VIEIRA
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

"É um acordo espetacular." A frase de Armínio Fraga, presidente do Banco Central, no início da entrevista para explicar o acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), ilustrava o contentamento do governo após conseguir fechar o acordo de socorro financeiro com a instituição, anunciado na última quarta-feira.
O empréstimo de US$ 30 bilhões concedido pelo FMI para um acordo de 15 meses superou os prognósticos dos analistas mais otimistas do mercado. O acordo será aprovado formalmente pela direção do FMI no começo de setembro.
"Não sou de adjetivar muito as coisas, de dar um tom muito carregado às minhas colocações, mas eu gostaria de começar dizendo que, na minha leitura, esse acordo, os números, falam por si mesmo", afirmou Armínio.
Durante as explicações, o presidente do BC chegou a chamar o FMI de "Fundo Monetário Nacional", o que provocou risos do ministro Pedro Malan (Fazenda), que estava ao seu lado. Ao ser corrigido por Malan, Armínio disse, em tom de brincadeira, que já estava se "apropriando" do Fundo.
Malan traçou um cenário pessimista -com taxas maiores de desemprego, menor crescimento e retração dos investimentos- se o governo tivesse fracassado na tentativa de fechar o acordo com o Fundo. "Sem o acordo, os custos para a economia brasileira poderiam ser excessivos. O mundo não deseja isso, temos um grande peso para a América Latina", disse.
Arminio disse também que o empréstimo do FMI "representa um enorme financiamento sem custo". Para Malan, "são recursos baratos. Uma taxa de juros de 2,22% hoje em um contexto internacional de mercados enfrentando uma grande contração de liquidez é um empréstimo relativamente barato em relação às alternativas existentes no mercado."
O ministro afirmou ainda que não via "problemas em recorrer ao Fundo" e que "outros países já fizeram isso".



Texto Anterior: BC ganha US$ 15 bi para intervir no câmbio
Próximo Texto: FHC comemora o novo acerto que afasta "o fantasma da especulação"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.