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Armínio vê acordo "espetacular" e Malan diz que são recursos baratos
FABRICIO VIEIRA
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
"É um acordo espetacular." A frase de Armínio Fraga, presidente do Banco Central, no início da entrevista para explicar o acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), ilustrava o contentamento do governo após conseguir
fechar o acordo de socorro financeiro com a instituição, anunciado na última quarta-feira.
O empréstimo de US$ 30 bilhões concedido pelo FMI para um acordo de 15 meses superou os prognósticos dos analistas mais otimistas do mercado. O
acordo será aprovado formalmente pela direção do FMI no começo de setembro.
"Não sou de adjetivar muito as
coisas, de dar um tom muito carregado às minhas colocações, mas
eu gostaria de começar dizendo
que, na minha leitura, esse acordo, os números, falam por si mesmo", afirmou Armínio.
Durante as explicações, o presidente do BC chegou a chamar o
FMI de "Fundo Monetário Nacional", o que provocou risos do ministro Pedro Malan (Fazenda),
que estava ao seu lado. Ao ser corrigido por Malan, Armínio disse,
em tom de brincadeira, que já estava se "apropriando" do Fundo.
Malan traçou um cenário pessimista -com taxas maiores de desemprego, menor crescimento e
retração dos investimentos- se o
governo tivesse fracassado na tentativa de fechar o acordo com o
Fundo. "Sem o acordo, os custos
para a economia brasileira poderiam ser excessivos. O mundo não
deseja isso, temos um grande peso para a América Latina", disse.
Arminio disse também que o
empréstimo do FMI "representa
um enorme financiamento sem
custo". Para Malan, "são recursos
baratos. Uma taxa de juros de
2,22% hoje em um contexto internacional de mercados enfrentando uma grande contração de liquidez é um empréstimo relativamente barato em relação às alternativas existentes no mercado."
O ministro afirmou ainda que não via "problemas em recorrer ao Fundo" e que "outros países já fizeram isso".
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