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BC permitirá que os bancos descontem parcelas de empréstimos de seus clientes diretamente da folha de pagamento
Outra medida para baixar juro sai em 10 dias
ANDRÉ SOLIANI
SANDRA MANFRINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo deve anunciar em
dez dias mais uma medida para
tentar reduzir os juros cobrados
por bancos comerciais, segundo o
ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho. A idéia é permitir que
as parcelas dos empréstimos sejam cobradas diretamente da folha de pagamento dos trabalhadores.
"Essa medida permitirá uma redução de "spread" [diferença entre
a taxa de captação dos bancos e os
juros cobrados dos clientes] importante, pois permite uma garantia muito grande", afirmou
Palocci, ao anunciar ontem a medida, que foi apresentada ao governo pela CUT (Central Única
dos Trabalhadores).
Ao permitir descontar as parcelas dos empréstimos da folha de
pagamento, o risco de inadimplência é reduzido, o que possibilita a queda nas taxas de juros.
Parte dos juros é exatamente o risco que o banco corre de não receber o pagamento do empréstimo.
Palocci afirmou que a redução
do compulsório sobre os depósitos à vista (dinheiro na conta corrente), anunciada pelo Banco
Central, também terá um efeito
importante nas taxas de juros cobradas no mercado pelas instituições financeiras.
"[A decisão] vai produzir efeitos
imediatos em relação aos
"spreads" bancários", afirmou o
ministro. Segundo ele, a medida
mostra a confiança do BC no
cumprimento das metas de inflação. A meta de inflação anual para
o próximo ano é de 5,5%, com
margem de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, disse que a redução do
compulsório é para antecipar um
esperado aumento na demanda
por crédito mais barato, que
acontecerá conforme haja aumento da atividade econômica.
Atualmente, os bancos estão com
sobra de dinheiro, que, em vez de
ser usado para fazer empréstimos, acaba no caixa do BC.
Sem pacotes
Palocci disse que o governo tem
uma agenda, com uma série de
medidas, para estimular a atividade econômica. Ele, no entanto,
afirmou que não se trata de um
"pacote econômico". "Não é adequado trabalhar por meio de pacotes. Trabalhamos com pautas."
Entre as medidas para estimular
a economia estão a redução do IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros, anunciada nesta semana, a queda dos juros no mês passado, o pacote para
estimular o microcrédito para a
população de baixa de renda e as
mudanças, em análise no Congresso, na Lei de Falências.
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