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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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TRABALHO

Entidades querem cartas canceladas para conversar

Volks propõe negociar e até adiar a transferência; sindicatos recusam

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Volkswagen propôs ontem aos sindicatos dos metalúrgicos do ABC e de Taubaté (filiados à CUT) estender o prazo de transferência de 3.933 funcionários excedentes, inicialmente previsto para ocorrer em 1º de setembro, e negociar como será feito o afastamento desses trabalhadores.
Em reunião com a direção da empresa, os sindicatos recusaram a proposta e pedem que a montadora suspenda até segunda-feira as cartas enviadas a 1.923 trabalhadores de São Bernardo do Campo e a 2.010 de Taubaté.
"Só aceitaremos negociar se a ameaça feita aos trabalhadores for retirada", diz José Lopez Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Para os sindicatos, ao transferir os excedentes, a Volks rompe os acordos que garantem estabilidade de emprego aos trabalhadores de Taubaté (com validade até 2004) e do ABC (com validade até 2006).
A Volks informou que na segunda-feira dará uma resposta aos sindicatos e não quis adiantar se as cartas serão ou não canceladas. Nessas cartas, a empresa informa que os excedentes serão realocados no Instituto Gente, uma unidade de negócios para treinar e capacitar os trabalhadores. Após a requalificação, os excedentes seriam realocados no projeto Autovisão, empresa que será criada para incentivar esses trabalhadores a montar negócios ou buscar outras oportunidades em empresas da Volks. A montadora anunciou investimentos de R$ 300 milhões para o projeto.
Em carta distribuída aos sindicalistas ontem, a empresa informa que está disposta a fazer uma "discussão integral das questões de tempo e forma de integração das pessoas aos projetos, bem como do envolvimento dos sindicatos e representações internas no processo". Mas, segundo Feijóo, os diretores da Volks não informaram se isso significaria o cancelamento das cartas.

Convite
Os sindicalistas também foram convidados a integrar o Conselho Curador da empresa Autovisão e a conhecer o programa desenvolvido na Alemanha, que serviu de modelo para o projeto brasileiro.
"É importante o fato de a Volks ter aberto um espaço para negociação. Mas os sindicatos do ABC e de Taubaté só aceitam negociar se não houver ameaça de transferência dos trabalhadores para uma empresa que ninguém sabe exatamente o que é. E, às vezes, parece ser virtual", disse Feijóo.


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