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TRABALHO
Entidades querem cartas canceladas para conversar
Volks propõe negociar e até adiar a transferência; sindicatos recusam
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Volkswagen propôs ontem
aos sindicatos dos metalúrgicos
do ABC e de Taubaté (filiados à
CUT) estender o prazo de transferência de 3.933 funcionários excedentes, inicialmente previsto para
ocorrer em 1º de setembro, e negociar como será feito o afastamento desses trabalhadores.
Em reunião com a direção da
empresa, os sindicatos recusaram
a proposta e pedem que a montadora suspenda até segunda-feira
as cartas enviadas a 1.923 trabalhadores de São Bernardo do
Campo e a 2.010 de Taubaté.
"Só aceitaremos negociar se a
ameaça feita aos trabalhadores for
retirada", diz José Lopez Feijóo,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Para os sindicatos, ao transferir os excedentes,
a Volks rompe os acordos que garantem estabilidade de emprego
aos trabalhadores de Taubaté
(com validade até 2004) e do ABC
(com validade até 2006).
A Volks informou que na segunda-feira dará uma resposta
aos sindicatos e não quis adiantar
se as cartas serão ou não canceladas. Nessas cartas, a empresa informa que os excedentes serão
realocados no Instituto Gente,
uma unidade de negócios para
treinar e capacitar os trabalhadores. Após a requalificação, os excedentes seriam realocados no
projeto Autovisão, empresa que
será criada para incentivar esses
trabalhadores a montar negócios
ou buscar outras oportunidades
em empresas da Volks. A montadora anunciou investimentos de
R$ 300 milhões para o projeto.
Em carta distribuída aos sindicalistas ontem, a empresa informa que está disposta a fazer uma
"discussão integral das questões
de tempo e forma de integração
das pessoas aos projetos, bem como do envolvimento dos sindicatos e representações internas no
processo". Mas, segundo Feijóo,
os diretores da Volks não informaram se isso significaria o cancelamento das cartas.
Convite
Os sindicalistas também foram
convidados a integrar o Conselho
Curador da empresa Autovisão e
a conhecer o programa desenvolvido na Alemanha, que serviu de
modelo para o projeto brasileiro.
"É importante o fato de a Volks
ter aberto um espaço para negociação. Mas os sindicatos do ABC
e de Taubaté só aceitam negociar
se não houver ameaça de transferência dos trabalhadores para
uma empresa que ninguém sabe
exatamente o que é. E, às vezes,
parece ser virtual", disse Feijóo.
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