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VAREJO
Receita sobe só 1,1% no 1º semestre, e empresa culpa queda na confiança; lucro aumenta 41,5% com ajuda de ganho financeiro
Consumo cai e afeta venda do Pão de Açúcar
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A população gastou menos no
primeiro semestre, e o grupo Pão
de Açúcar, a maior rede de comércio do país -tem duas vezes
o faturamento da Casas Bahia-,
fechou o período com uma discreta alta de 1,1% nas vendas reais
(descontada a inflação). A elevação foi registrada nas mesmas lojas que a cadeia tinha no ano passado. Aberturas de pontos são
desconsideradas a fim de não
"maquiar" o número.
De janeiro a junho, as vendas líquidas somaram R$ 6,4 bilhões,
uma alta de 9,4% ao se considerarem lojas novas e antigas, e o lucro
líquido atingiu R$ 121,9 milhões
no intervalo -expansão de 41,5%
sobre 2004. Essa elevação substancial no lucro (bem superior à
expansão nas vendas) tem relação
com o desempenho de outros indicadores, como aumento na receita financeira, por exemplo.
Numa análise setorial, nota-se
que o desempenho de itens não-alimentícios (eletrônicos, vestuário) continua segurando os resultados da rede de supermercados,
que ampliou o acesso à crédito
para a população comprar parcelado. Esse segmento teve alta de
16,5% nas vendas (mesmas lojas)
no semestre, enquanto os alimentos registraram expansão de
3,3%. Percebe-se, no entanto,
uma desaceleração na venda das
duas categorias.
Para efeito de comparação, no
primeiro trimestre, os itens não-alimentícios vinham com uma alta de 19,6% da demanda. Os alimentos haviam registrado elevação também maior, de 9,1%.
Isso aconteceu, destaca o grupo,
num momento em que "os itens
alimentícios de grandes volumes
tais como arroz, soja, leite, carne,
entre outros, apresentaram forte
deflação de preço de venda no
primeiro semestre de 2005", informa o balancete.
Outro dado relevante vem à tona no balanço: o grupo admite
que há mais pessoas nas lojas,
mas elas estão gastando menos. É
um dos dados mais relevantes do
balanço para uma análise de comportamento do consumidor. "Importante destacar que o número
de clientes [mesmas lojas] apresentou crescimento de 1% no semestre. Por outro lado, diante da
queda do nível de confiança dos
consumidores, verificamos uma
redução do tíquete médio em termos reais, em razão, principalmente, de um menor consumo de
itens considerados supérfluos e
de produtos não-alimentícios",
relata a direção do grupo.
Para compreender a expansão
no lucro da empresa, num cenário de demanda retraída, é preciso
levar em conta que houve uma
manutenção nas despesas operacionais da rede e queda nas despesas gerais e administrativas do
grupo. Ao mesmo tempo, a receita que a empresa consegue ao
aplicar o seu caixa no mercado financeiro deu fôlego aos números.
Também houve redução no período promocional para a venda a
crédito de itens duráveis, admite a
rede. Com isso, a empresa trabalhou menos tempo com taxas de
juros baixas.
Com 553 lojas, a rede é a maior
do setor varejista e atua com as lojas Extra, Pão de Açúcar, Sendas,
CompreBem e ExtraEletro.
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