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Pacote incentiva investimento na TV digital
Governo prepara redução de impostos para máquinas e construção civil e medidas para atrair investimento em microprocessadores
Ministro Furlan diz que as medidas devem ser anunciadas ainda neste ano e que lista com beneficiados
ainda não está pronta
VALDO CRUZ
DIRETOR-EXECUTIVO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo está concluindo
um novo pacote com mais redução de impostos federais para bens de capital (máquinas e
equipamentos) e para o setor
da construção civil, além de benefícios específicos para atrair
empresas estrangeiras que
queiram investir na produção
de componentes e microprocessadores destinados à exportação.
O objetivo é preparar a indústria brasileira para a era da
TV digital, que vai aumentar a
demanda por microprocessadores. Em 2006, o Brasil importou US$ 15 bilhões em semicondutores, 20% a mais do que
no ano anterior.
"A área em que estamos mais
atrasados e estamos tentando
turbinar é a de atração de investimentos para componentes e microprocessadores, com
o advento do acordo da TV digital que nós estamos formatando. É um pacote de estímulos
fiscais para investidores nessa
área. Muito brevemente o Ministério da Fazenda e a Casa Civil vão anunciar [as medidas]",
disse ontem à Folha o ministro
do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
Com o novo pacote, a ser divulgado ainda neste ano, o governo busca pelo menos amenizar as críticas do empresariado à elevada carga tributária,
hoje na casa dos 36% do PIB
(Produto Interno Bruto).
O tema deve ser explorado
pela oposição na campanha
eleitoral, já que o governo Lula
prometeu reduzir a carga tributária brasileira, mas acabou
não cumprindo a promessa
mesmo com as várias medidas
já anunciadas de redução de
impostos.
Neste ano, por exemplo, o
governo já fez duas rodadas de
redução de IPI sobre produtos
utilizados na construção civil.
Com as novas medidas, Lula
deve ganhar pelo menos mais
um argumento para combater
as críticas eleitorais em sua
campanha pela reeleição.
Segundo a Folha apurou, a
equipe econômica já concordou com as medidas, mas ainda
falta acertar quantos produtos
terão direito a desoneração fiscal nas três áreas -bens de capital, construção civil e semicondutores- e qual será o tamanho da renúncia.
No caso dos semicondutores,
não deve haver perda de receita, já que o incentivo é basicamente para novos investimentos no país. No caso dos outros
dois setores, haverá impacto na
arrecadação, o que preocupa
especialistas em contas públicas, pois o governo elevou seus
gastos neste ano.
Bens de capital
Para os bens de capital, o governo vai aumentar a lista dos
itens que contam com redução
do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). O ministro não definiu, porém, quantos
produtos serão incluídos na lista. Desde o início do governo,
houve três etapas de desoneração do IPI para bens de capital
(equipamentos e máquinas utilizadas na produção).
Na construção civil, o governo cedeu ao setor e vai oferecer
redução de impostos para mais
produtos. Em fevereiro, já havia sido zerado o IPI de 13 itens
da cesta básica (cimento, portas, janelas e esquadrias, entre
outros) e reduzido a 5% a alíquota para outros 28 itens. Em
junho, uma nova medida baixou imposto para mais 11 itens.
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