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GIRO EUROPEU
Malan e Armínio têm reuniões com banqueiros
Força-tarefa do governo inicia hoje missão para tentar reabrir crédito
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL À BASILÉIA
FABRICIO VIEIRA
ENVIADO ESPECIAL A MADRI
O governo inicia hoje, oficialmente, uma nova rodada de reuniões com representantes de bancos estrangeiros para tentar reabrir as linhas de crédito para empresas brasileiras. Uma primeira
reunião aconteceu no final de
agosto em Nova York.
Em Madri, o ministro Pedro
Malan (Fazenda) tem encontros
com o ministro das Finanças da
Espanha, Rodrigo de Rato, com
diretores do banco central espanhol, com dirigentes de bancos
espanhóis e com empresários.
Amanhã, terá reuniões em Londres e, na quarta-feira em Paris.
O presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, que chegou à Suíça no sábado para participar de
encontro do BIS (Banco Internacional de Compensações), teve
ontem uma reunião com diretores de bancos centrais. Ele não
quis dar entrevista ao final.
Hoje, Armínio participa da reunião de presidentes de bancos
centrais de cerca de 20 países. Ele
está aproveitando os encontros
para falar sobre a situação da economia brasileira e para explicar o
acordo do país com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
No sábado, após reunião com
altos executivos de bancos europeus e asiáticos, Armínio disse
que a principal preocupação dos
dirigentes foi sobre como a eleição presidencial tem influenciado
e como ainda pode afetar a economia do país.
A Suíça é a primeira escala de
sua viagem. Depois, segue para
reuniões com banqueiros e investidores na Alemanha (amanhã) e
na Holanda (quarta-feira). Outros integrantes do governo têm
reuniões em Lisboa e em Tóquio.
Além dos dirigentes de bancos
centrais, Armínio terá reuniões
com profissionais do mercado financeiro. O objetivo das conversas é convencer os banqueiros a
reabrir linhas de crédito ao setor
privado, principalmente as voltadas para o comércio exterior.
A reunião de sábado foi com representantes de seguradoras e de
bancos, a maioria europeus e
asiáticos, mas havia americanos e
até brasileiros. "Esse pessoal é
muito sênior [ocupam altos cargos nos bancos], não está no dia-a-dia de [acompanhar] Brasil. É
uma ótima oportunidade de explicarmos a situação do país", disse Armínio, após o encontro.
Entre os argumentos usados
por Armínio para tentar desfazer
a preocupação dos banqueiros estrangeiros em relação ao país, a
qual ele considera exagerada, estão os crescentes saldos da balança comercial -o superávit previsto para este ano é estimado em
US$ 7 bilhões- e a solidez do sistema financeiro nacional.
Ele também tem ressaltado que,
mesmo diante das seguidas crises
enfrentadas pelo Brasil -internas e externas-, a economia do
país continua a crescer, apesar de
a previsão do governo de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano ter sido reduzida
recentemente, de 2% para 1,5%.
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