São Paulo, segunda-feira, 09 de setembro de 2002

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GIRO EUROPEU

Malan e Armínio têm reuniões com banqueiros

Força-tarefa do governo inicia hoje missão para tentar reabrir crédito

LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL À BASILÉIA
FABRICIO VIEIRA
ENVIADO ESPECIAL A MADRI

O governo inicia hoje, oficialmente, uma nova rodada de reuniões com representantes de bancos estrangeiros para tentar reabrir as linhas de crédito para empresas brasileiras. Uma primeira reunião aconteceu no final de agosto em Nova York.
Em Madri, o ministro Pedro Malan (Fazenda) tem encontros com o ministro das Finanças da Espanha, Rodrigo de Rato, com diretores do banco central espanhol, com dirigentes de bancos espanhóis e com empresários. Amanhã, terá reuniões em Londres e, na quarta-feira em Paris.
O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que chegou à Suíça no sábado para participar de encontro do BIS (Banco Internacional de Compensações), teve ontem uma reunião com diretores de bancos centrais. Ele não quis dar entrevista ao final.
Hoje, Armínio participa da reunião de presidentes de bancos centrais de cerca de 20 países. Ele está aproveitando os encontros para falar sobre a situação da economia brasileira e para explicar o acordo do país com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
No sábado, após reunião com altos executivos de bancos europeus e asiáticos, Armínio disse que a principal preocupação dos dirigentes foi sobre como a eleição presidencial tem influenciado e como ainda pode afetar a economia do país.
A Suíça é a primeira escala de sua viagem. Depois, segue para reuniões com banqueiros e investidores na Alemanha (amanhã) e na Holanda (quarta-feira). Outros integrantes do governo têm reuniões em Lisboa e em Tóquio.
Além dos dirigentes de bancos centrais, Armínio terá reuniões com profissionais do mercado financeiro. O objetivo das conversas é convencer os banqueiros a reabrir linhas de crédito ao setor privado, principalmente as voltadas para o comércio exterior.
A reunião de sábado foi com representantes de seguradoras e de bancos, a maioria europeus e asiáticos, mas havia americanos e até brasileiros. "Esse pessoal é muito sênior [ocupam altos cargos nos bancos], não está no dia-a-dia de [acompanhar] Brasil. É uma ótima oportunidade de explicarmos a situação do país", disse Armínio, após o encontro.
Entre os argumentos usados por Armínio para tentar desfazer a preocupação dos banqueiros estrangeiros em relação ao país, a qual ele considera exagerada, estão os crescentes saldos da balança comercial -o superávit previsto para este ano é estimado em US$ 7 bilhões- e a solidez do sistema financeiro nacional.
Ele também tem ressaltado que, mesmo diante das seguidas crises enfrentadas pelo Brasil -internas e externas-, a economia do país continua a crescer, apesar de a previsão do governo de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano ter sido reduzida recentemente, de 2% para 1,5%.


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