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Fundos cambiais apanham do dólar
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a instabilidade no mercado financeiro, a rentabilidade média dos fundos cambiais continua
descolada da variação cambial.
De acordo com dados do site
Fortuna, neste mês, até o dia 4, o
dólar voltou a despontar, com valorização de 3,65%, enquanto os
fundos renderam 1,88%.
Em agosto ocorreu o oposto. Os
fundos se saíram melhores. Apresentaram queda de 1,42%, contra
a queda de 11,85% do dólar. Já em
julho, enquanto o dólar subiu
20,54%, os fundos cambiais renderam, em média, 7,77%.
Há vários perfis de fundos cambiais, mas a maioria costuma aplicar em papéis do governo em
reais indexados ao dólar ou fazer
operações no mercado futuro de
câmbio. Esses títulos e operações
embutem, além da variação cambial, uma taxa de juros conhecida
no mercado por cupom cambial.
Vários fatores, como a falta de
dólares no mercado à vista, o medo provocado pelas eleições, o aumento do risco Brasil e a indefinição da economia americana estão
fazendo com que o cupom cambial oscile bruscamente.
"As mesmas questões que estão
afetando o mercado de juros, a
cotação do câmbio, as Bolsas e os
títulos externos também estão
atingindo o cupom cambial", explica Eduardo Castro, gestor de
renda fixa da ABN Amro Asset
Management.
Essa oscilação ora valoriza os títulos das carteiras dos fundos
cambiais, ora desvaloriza, refletindo na rentabilidade da categoria, já que ela também é obrigada
a fazer marcação a mercado, isto
é, contabilizar seus papéis pelo
valor no mercado secundário e
não pelo preço de compra.
Em julho, por exemplo, os fundos renderam, em média, bem
menos do que o câmbio porque,
no final daquele mês, o estresse
chegou ao pico do ano. O cupom
cambial para operações de 30 dias
chegou a 100% ao ano, desvalorizando os títulos cambiais que
prometiam juros menores.
Em agosto, a instabilidade cedeu, fazendo com que o cupom
diminuísse, os títulos se valorizassem e, consequentemente, os fundos tivessem desempenho melhor do que o dólar.
Na sexta-feira, o cupom cambial, conforme o prazo, variava de
21% a 30% ao ano. Esses valores
são menores do que os praticados
em julho, mas continuam distantes dos registrados no começo do
ano, entre 4% e 8% ao ano.
A expectativa dos analistas é
que, enquanto a estabilidade não
voltar, o cupom cambial e o dólar
continuarão bastante voláteis.
Para quem investe em fundo
cambial e quer maior aderência
ao dólar, Castro recomenda procurar os fundos que investem em
títulos cambias de curto prazo,
pois são os que costumam ter menos oscilação de preço.
Para quem acha que, em 2003, o
cenário será de calmaria, a ocasião também pode ser propícia
para investir nesse tipo de aplicação, já que hoje está carregando
papéis que asseguram, em média,
a variação cambial mais um juros
de 25% ao ano.
(ISABEL CAMPOS)
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