|
Texto Anterior | Índice
MERCADO FINANCEIRO
Temor de novos ataques aos EUA, guerra no Iraque e índices econômicos atraem a atenção do investidor
Semana tem vários focos de turbulências
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O temor de novos atentados terroristas nos Estados Unidos na semana em que os ataques de 11 de
setembro completam um ano, a
possibilidade de guerra no Iraque
e a piora de índices econômicos
norte-americanos atraem as atenções de investidores para aquele
país.
Para alguns analistas, porém, o
foco principal continua em terreno doméstico, com a rolagem da
dívida cambial, que vence na
quarta-feira, e as eleições. O mercado espera conhecer amanhã os
resultados das pesquisas do Datafolha, do Ibope e do Vox Populi.
Executivos de bancos e de corretoras temem que o embate entre os candidatos Ciro Gomes
(PPS) e José Serra (PSDB) favoreça Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
inviabilize a ida do tucano para o
segundo turno.
Serra é o candidato do mercado
por representar a continuidade da
atual política econômica.
Nos Estados Unidos, o risco, segundo analistas, é as Bolsas caírem ainda mais. Dow Jones já devolveu quase a metade do que havia recuperado até 22 de agosto.
"Como todo mundo investe em
ações, se elas se desvalorizam
muito, as pessoas podem reduzir
o consumo, o que provoca nova
queda dos papéis, como uma bola
de neve", diz Júlio Ziegelman, do
BankBoston.
Vários indicadores americanos
importantes saem nesta semana.
Amanhã será divulgado o Redbook (Livro Vermelho), que mede as vendas no varejo.
Na quarta-feira sai o Beige Book
(Livro Bege), uma compilação
econômica dos 12 distritos regionais do Fed (Federal Reserve, o
banco central americano). Esse
relatório é usado nas reuniões do
Fomc (o comitê de política monetária do Fed) em que é decidida a
taxa básica de juros.
Como o Beige Book é conhecido
duas semanas antes dessas reuniões, o mercado especula sobre a
possibilidade de mudanças na taxa de juros e ajusta suas carteiras
de acordo com essa expectativa.
Se o Beige Book apontar para o
aquecimento da economia ou para pressões inflacionárias, o Fed
poderá ficar mais inclinado a aumentar a taxa de juros. Caso o relatório indique condições recessivas, o Fed poderá sentir necessidade de reduzir a taxa para estimular a economia. A próxima
reunião do Fomc está marcada
para o dia 24 deste mês.
Na sexta-feira será a vez do Retail Sales (indicador de vendas,
considerado mais consistente que
o Redbook), da prévia do Consumer Sentiment (que mede a confiança do consumidor) e do PPI
(índice de preços ao produtor).
O PPI calcula a média de preços
pagos aos produtores. Pelo acompanhamento da pressão sobre os
preços no setor produtivo, o mercado procura antecipar qual será
o desempenho de diferentes tipos
de investimentos.
Na semana passada, dados de
que em agosto a produção industrial americana permaneceu estagnada e que o setor de serviços
praticamente não cresceu derrubaram as Bolsas.
Analistas divergem sobre os
efeitos que uma eventual guerra
teria sobre as Bolsas. Em oportunidades semelhantes, as Bolsas
americanas já subiram e já caíram. Desta vez, os ataques, previsíveis, podem já estar nos preços.
Petrobras
Alguns analistas estranharam a
expressiva alta das ações da Petrobras (11,05%) na semana passada,
diante das incertezas sobre o futuro da estatal no novo governo.
Para Luiz Antônio Vaz das Neves, da Planner, porém, apesar do
receio de investidores locais,
"com a alta do petróleo, gestores
internacionais buscam barganhas
no setor, como é o caso de Petrobras."
Texto Anterior: Investidor deve buscar auxílio de especialista Índice
|