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São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2003

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POLÍTICA MONETÁRIA

Em carta ao Fundo, datada de agosto, ministro diz que inflação em queda permite o abrandamento

Palocci sinaliza ao FMI relaxamento no juro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse à direção do FMI (Fundo Monetário Internacional) que é possível um "relaxamento" da política de taxa de juros porque a inflação está caindo. A afirmação abre a carta de intenções enviada ao Fundo em 20 de agosto, dia em que a taxa de juros foi reduzida para 22% ao ano.
"Indicadores da evolução da inflação e de suas expectativas estão convergindo para as metas do governo, permitindo relaxar a política monetária", diz a carta assinada por Palocci e por Henrique Meirelles, do Banco Central.
Na carta, o governo brasileiro também sinaliza ao FMI que as metas centrais de inflação para 2004 e 2005 serão perseguidas "firmemente". Ou seja, o governo não vai "relaxar" demais a política monetária, trabalhando com a possibilidade de atingir a banda superior das metas inflacionárias.
Pelo sistema de metas, a meta de inflação será considerada cumprida caso a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) chegue a 8% em 2004, ou seja, 2,5 pontos percentuais acima da meta de 5,5%.
Ontem, o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse que apenas um ponto do acordo com o Fundo teve que ser mudado. É o que estabelece a necessidade de avanços na venda de quatro bancos estaduais que foram federalizados (SC, MA, CE e PI).
O governo se comprometeu a concluir uma nova rodada para a determinação do preço mínimo de venda desses bancos até setembro. O cronograma anterior previa algum progresso até junho. Segundo a carta, "questões legais" estão atrasando as avaliações.
Levy admitiu que alguns governadores não estão aceitando a venda. Sem citar nomes, o secretário disse que, por esse motivo, cada venda deverá ter uma velocidade diferente. Mas ressaltou que os bancos serão vendidos.
"O governo federal botou muito dinheiro nesses bancos e precisa recuperar alguma coisa", disse. Levy explicou ainda que a dívida dos Estados diminuirá após a venda e os bancos ficarão mais eficientes.


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