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Com mercado propenso a mais
risco, medida evita "quebradeira"
DA REPORTAGEM LOCAL
Para alguns analistas, a medida
anunciada anteontem pelo Banco
Central visa, principalmente, evitar risco sistêmico no médio e
longo prazos. Segundo Natan
Blanche, sócio da consultoria
Tendências, o objetivo da autoridade monetária foi obrigar os
bancos a desarmar posições no
mercado futuro de câmbio e evitar operações de alavancagem
nesse mercado. Alavancagem é
fazer operações aplicando mais
do que o capital próprio.
Segundo ele, como o cupom
cambial -a projeção do valor da
taxa de juros em dólar, no mercado futuro- está alto, superando
o patamar em que está sendo rolada a dívida em títulos cambiais
que vence no próximo dia 17, os
investidores podem ficar tentados
a tomar risco.
"Como o mercado está pouco
alavancado e há prêmios altos no
mercado futuro, com contratos
de cupom cambial pagando 50%
ao ano, instituições menores e
mais agressivas poderiam sentir-se tentadas a alavancar posições
para obter ganhos", diz Blanche.
Isso, em um quadro de instabilidade e mudança poderia expor
essas instituições a fraturas.
No mercado à vista de câmbio,
segundo Blanche, não estaria
ocorrendo alavancagem, pois há
pouca liquidez. O volume negociado no mercado à vista caiu de
US$ 1,8 bilhão, antes da crise, para
US$ 400 milhões. De acordo com
as normas do BC, os bancos podem ficar comprados em até US$
5 bilhões no mercado à vista e estariam abaixo disso.
Na opinião de Blanche, o BC
adotou medidas para conter a exposição dos bancos em câmbio só
agora, pois está se preparando para "chuvas futuras". "É importante evitar alavancagem em situações em que podem ocorrer movimentos de ruptura, como numa
eleição, pois poderia haver quebra
de bancos mais expostos."
(SB)
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