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Para Soros, chance de renegociação
da dívida do país é superior a 50%
DA REDAÇÃO
O megainvestidor George Soros, 72, voltou a afirmar que o
Brasil dificilmente deixará de passar por uma reestruturação de sua
dívida, seja quem for o presidente
eleito. De acordo com Soros, o
país não aguentará, por muito
tempo, continuar pagando juros
tão elevados para captar recursos
no exterior, e tais taxas não deverão recuar tão cedo.
"A chance de o Brasil ser obrigado a reorganizar seu débito é superior a 50%", disse o megainvestidor ontem em uma palestra na
London School of Economics, da
Universidade de Londres. "Se um
país como o Brasil, que implementou políticas sólidas, não pude se sustentar, então há o risco
real de um colapso do sistema financeiro global."
As idéias defendidas pelo investidor ontem são semelhantes às
expostas em um debate, no final
do mês passado, no IIE (Institute
for International Economics), em
Washington. Naquela ocasião,
Soros afirmou que os investidores
internacionais provavelmente
não dariam uma chance ao país.
Para Soros -que tem origem
húngara, mas é naturalizado norte-americano-, a instabilidade
brasileira demonstra o fracasso
do FMI (Fundo Monetário Internacional), "um sistema que deve
ser reformado".
"Se o sistema não tem como
apoiar um país que foi um de seus
melhores alunos, isso demonstra
que a globalização não funciona",
afirmou Soros. Para o investidor,
um eventual colapso brasileiro seria um duro golpe para a economia mundial.
O megainvestidor também criticou a animosidade dos investidores ante a possibilidade de um
governo do PT. "Por que os mercados sempre têm medo de quem
não é de sua linha?" Em junho,
Soros já tinha dito que os investidores internacionais "imporiam"
a vitória de José Serra (PSDB).
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