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SAÚDE
Governo vai publicar medida provisória ainda neste mês que define regras em relação aos contratos anteriores a 1998
Índice médio deve reajustar plano antigo
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo decidiu publicar ainda neste mês medida provisória
que autoriza a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) a
regulamentar regras para que
usuários de planos de saúde com
contratos anteriores à legislação
de 1998 migrem para os novos ou
tenham pacotes alternativos.
A MP também dará instrumentos para a agência acompanhar os
casos de usuários que decidirem
permanecer com os chamados
"contratos antigos".
A decisão foi em decorrência de
liminar do STF (Supremo Tribunal Federal) de agosto, que anulou os benefícios da legislação de
1998 estendidos aos contratos anteriores à mudança.
Atualmente há 35,31 milhões de
usuários de planos de saúde no
Brasil, sendo que 22,62 milhões
(64,1%) assinaram os contratos
antes de 1998, segundo a ANS.
As regras gerais do Programa de
Incentivo à Adaptação de Planos
Antigos e à Migração para Novos,
que será regulamentado pela
agência, foram definidas ontem
durante a terceira e última rodada
de negociação do Fórum de Saúde Suplementar.
Esse fórum reúne representantes de operadoras, governo, ANS e
sociedade civil para discutir novas
regras para os planos.
A partir da publicação da medida provisória no "Diário Oficial"
da União, a ANS terá um mês para definir a regulamentação do
programa. Será estabelecido pela
agência um índice médio de reajuste das mensalidades a ser utilizado pelas operadoras.
Esse índice poderá ser distribuído entre os planos antigos de cada
operadora, desde que a variação
máxima seja de até duas vezes a
referência. Exemplo: uma operadora tem 10 mil planos antigos e
uma receita de R$ 1 milhão. Se o
índice médio de reajuste for definido em 10%, a receita dessa empresa com esses contratos poderá
chegar a R$ 1,1 milhão.
Para obter essa receita, a empresa poderá prever reajustes que variam até 20% por tipo de plano,
nunca por contrato individual.
Os novos cálculos terão que levar em consideração o Estatuto
do Idoso, que proíbe reajuste diferenciado para usuários de planos
de saúde com 60 anos ou mais.
"Estamos próximos de um
acordo", diz o presidente da
Abramge (Associação Brasileira
de Medicina de Grupo), Arlindo
de Almeida. Já entidades de defesa do consumidor que participaram da reunião ontem afirmaram
temer aumentos abusivos.
Colaborou o "Agora"
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