São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2005

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HSBC defende juros mais baixos

O Brasil tem que se preparar para operar com taxas básicas de juros na faixa de 8% a 9%, inflação de 4% a 5% e juros reais de 2% a 3%. A transição da Selic dos atuais 19,5% para um patamar mais baixo tem que se dar num ritmo mais acelerado.
A afirmação é de Emilson Alonso, presidente do HSBC. Segundo ele, não haveria fuga de dinheiro do país com os juros reais na faixa de 2% a 3%. O dinheiro continuaria sendo investido em títulos públicos.
De acordo com Alonso, com o regime de câmbio flutuante, o dinheiro não tem para onde ir.
"O mercado de câmbio no Brasil é pequeno e não tem liquidez suficiente", afirmou Alonso. Ou seja, quem troca real por dólar perde dinheiro.
A preocupação de Alonso é com a atividade econômica. A seu ver, o atual ritmo de crescimento, de 3,5% ao ano, está obrigando os bancos e as grandes redes de comércio a impor restrições ao crédito com temor de aumento da inadimplência. O próprio HSBC já adotou uma série de medidas de restrições ao crédito na sua financeira, a Losango. O objetivo foi reduzir em 10% o total do crédito.
Alonso chama a atenção, ainda, para o fato de que a redução dos juros poderia abrir espaço para baixar tanto o serviço da dívida como o superávit primário. O presidente do HSBC acha que o governo deveria começar a pensar em baixar impostos a fim de incentivar a atividade econômica, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos.
Sobre a crise política, Alonso afirma que a economia não foi contagiada em razão, principalmente, do mercado externo.
"Se o mercado internacional não estivesse tão líquido, talvez o país tivesse tido prejuízo com a crise política."
O banqueiro acha até que Lula voltou a se tornar um candidato forte à reeleição. Há três meses, havia enormes dúvidas sobre isso. "O Lula voltou a estar na ordem do dia da reeleição."
Emilson Alonso assume na próxima quinta-feira a presidência da ABBI (Associação Brasileira de Bancos Internacionais), uma entidade que representa os bancos estrangeiros no país criada em 1988, em plena Constituinte, por Henrique Meirelles, presidente de honra da ABBI. A entidade já teve quatro presidentes: Meirelles, Bernard Mencier (ex-CCF), Alcides Amaral (ex-Citi) e Geraldo Carbone (BankBoston).

LUXO E TRADIÇÃO

O Copacabana Palace reabre neste mês, depois de quase um ano de reformas, a ala de apartamentos que ficou conhecida como Anexo, em frente à piscina e que ganhou fama por ser o preferido dos paulistas. Com 83% de freqüência estrangeira, o Copa quer aumentar a fatia de brasileiros, principalmente paulistas. "Nós queremos mais paulistas no Copa", diz Philipe Carruthers, diretor geral do hotel. "O Anexo sempre foi muito utilizado pelos paulistas". O grupo Orient-Express, dono do Copa, investiu R$ 5,5 milhões na reforma do Anexo. Foram reformados 36 apartamentos com a vista para a piscina. A parte dos fundos, que fica em frente à Avenida Nossa Senhora de Copacabana, deverá ser reformada em 2006. Ao todo, o Anexo possui 78 apartamentos. O Copa tem, ao todo, 225 apartamentos, incluindo a ala principal. Desde que comprou o Copa, em 1989, o grupo Orient-Express já investiu no hotel US$ 50 milhões. O investimento valeu a pena. No ano passado, pela primeira vez, o Copa foi a empresa que rendeu o maior lucro entre todas as companhias do grupo. O Orient-Express tem 47 unidades operacionais, a maioria hotéis em diversas partes do mundo. O Copa é um dos hotéis mais rentáveis do país. Sua ocupação média é de 65% ao ano. A média da diária é de US$ 340.

ABERTURA

O IRB-Brasil Re tornou disponível desde sexta-feira toda a composição do preço de cada contrato de resseguro. Isso inclui mostrar a parcela dos impostos cobrados, os custos operacionais do IRB-Brasil Re, assim como a comissão cobrada da empresa. Marcos Lisboa, presidente do IRB, quer abrir o mercado.

À VENDA

A Funcef acaba de vender o hotel Blue Tree Vila Olímpica, que fica na rua Pequetita (SP), por R$ 5,1 milhões, para o grupo Le Partner. O que circula é que o hotel será transformado em um "inferninho". A Funcef pretende vender outros hotéis da rede. Um deles é o de Brasília, que tem como sócio Paulo Octavio.

PÂNICO NAS AGÊNCIAS

A nova administração da Brasil Telecom está revendo todos os contratos de publicidade com as agências. São mais de 20 empresas. Já houve alguns cancelamentos. O maior contrato da Brasil Telecom é com a agência de Duda Mendonça, mas também há com a DNA e a SMPB, de Marcos Valério.

NANOTECNOLOGIA

O centro de tecnologia e inovação da Braskem, no Rio Grande do Sul, recebeu na semana passada a primeira máquina para aplicação em nanocompósitos. Trata-se de extrusora importada da Alemanha. O investimento será de US$ 3 milhões. O primeiro lançamento com o uso da tecnologia será no ano que vem.

PARA EXPORTAÇÃO

O Banco do Brasil alcançou a marca de US$ 9,1 bilhões em operações de adiantamento sobre contratos de câmbio e adiantamento sobre cambiais entregues. O resultado é um acumulado de janeiro a setembro que já supera o total contratado em 2004. A previsão do BB é fechar o ano com um volume de operações em ACC/ACE entre US$ 11 bilhões e US$ 12 bilhões.

INVESTIMENTOS

O governador Luiz Henrique (SC) prevê aquecimento do setor de fumicultura no Estado após a instalação de uma fábrica da American Virginia, em São José, vizinha a Florianópolis. A nova fábrica receberá investimentos de R$ 17 milhões e terá capacidade de produzir 9,2 bilhões de cigarros por ano. A inauguração deve ocorrer em janeiro de 2006.

RETORNO

Dez anos depois, a Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base) reabriu um escritório no Rio para servir de base para a entidade e empresas associadas. A iniciativa foi motivada pelo ritmo de atividade do setor de óleo e gás e pela grande concentração de empresas e autoridades ligadas à infra-estrutura na cidade. Até o fim deste mês, a entidade promete uma reunião para inaugurar as instalações oficialmente.

INAUGURAÇÃO

A Atlantica Hotels International inaugura em dezembro, em Muro Alto (PE), o primeiro resort administrado pela empresa no Brasil. Trata-se do Beach Class Resort Muro Alto. O complexo de cinco estrelas, que conta com 252 unidades, recebeu investimentos de R$ 40 milhões.


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