São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2005

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OUTRO LADO

Gasto foi menor, diz banqueiro

DA REPORTAGEM LOCAL

Edemar Cid Ferreira informou, por meio de seus advogados, que sua casa não custou R$ 142,7 milhões. Ele prefere, porém, não revelar o valor real, segundo o advogado Ricardo Tepedino.
O banqueiro disse para Tepedino, de acordo com o advogado, que seria uma "maluquice" a edificação de uma casa de cerca de 4.000 m2 custar cerca de R$ 100 milhões -o que corresponderia a R$ 25 mil o metro quadrado. Na auditoria obtida pela Folha, o custo da construção da casa é de R$ 101,4 milhões -o projeto consumiu R$ 11,4 milhões e o item mobiliário e acabamento importado, R$ 24,9 milhões.
Segundo relato de Tepedino, Edemar disse que "é impossível uma obra civil custar R$ 25 mil o metro quadrado". Edemar afirmou não reconhecer o relatório dos auditores com o custo final.
A Folha informou os advogados do banqueiro de que o jornal tivera acesso a um contrato assinado entre a Atalanta e a empresa que fez a consultoria, a Neotec. Segundo registros mantidos no banco, a Atalanta pagou R$ 469.624,11 para a Neotec.
O jornal relatou que havia uma série de e-mails do banqueiro com comentários e aprovações de custos levantados pelos auditores da Neotec. O e-mails foram apreendidos pela polícia.
Segundo Tepedino, Edemar informou que uma empresa de auditoria foi contratada para acompanhar a obra, um executivo do banco (Ricardo Lucena) ajudava nos levantamentos, mas Edemar disse nunca ter visto o documento ao qual a Folha teve acesso.
Também negou, segundo Tepedino, a acusação de que a casa foi construída com dinheiro do banco. O dinheiro, diz, veio da Principle, "offshore" que consta da declaração de renda da mulher do banqueiro desde 1986 -à época, a empresa chamava-se Valence.
Naquele ano, afirma Tepedino, a "offshore" tinha capital de US$ 1 milhão, legalizado com a anistia concedida pelo governo Sarney para quem tinha recursos fora do país. O patrimônio da Principle, diz ele, é maior do que o capital, mas não informou o montante.
O banqueiro também negou ter havido transporte de mármore por meio de avião.
A Método, que aparece no relatório final como beneficiária de honorários diretos de R$ 9,7 milhões, informou que não pode se pronunciar sobre valores por causa de um contrato de confidencialidade assinado com o banqueiro.
A Racional, que teria recebido R$ 1,17 milhão, segundo os auditores, diz que o valor que ganhou para fazer o pré-estudo da obra foi menor, de R$ 300 mil. (MCC)


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