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OUTRO LADO
Gasto foi menor, diz banqueiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Edemar Cid Ferreira informou,
por meio de seus advogados, que
sua casa não custou R$ 142,7 milhões. Ele prefere, porém, não revelar o valor real, segundo o advogado Ricardo Tepedino.
O banqueiro disse para Tepedino, de acordo com o advogado,
que seria uma "maluquice" a edificação de uma casa de cerca de
4.000 m2 custar cerca de R$ 100
milhões -o que corresponderia
a R$ 25 mil o metro quadrado. Na
auditoria obtida pela Folha, o
custo da construção da casa é de
R$ 101,4 milhões -o projeto consumiu R$ 11,4 milhões e o item
mobiliário e acabamento importado, R$ 24,9 milhões.
Segundo relato de Tepedino,
Edemar disse que "é impossível
uma obra civil custar R$ 25 mil o
metro quadrado". Edemar afirmou não reconhecer o relatório
dos auditores com o custo final.
A Folha informou os advogados do banqueiro de que o jornal
tivera acesso a um contrato assinado entre a Atalanta e a empresa
que fez a consultoria, a Neotec.
Segundo registros mantidos no
banco, a Atalanta pagou R$
469.624,11 para a Neotec.
O jornal relatou que havia uma
série de e-mails do banqueiro
com comentários e aprovações de
custos levantados pelos auditores
da Neotec. O e-mails foram
apreendidos pela polícia.
Segundo Tepedino, Edemar informou que uma empresa de auditoria foi contratada para acompanhar a obra, um executivo do
banco (Ricardo Lucena) ajudava
nos levantamentos, mas Edemar
disse nunca ter visto o documento
ao qual a Folha teve acesso.
Também negou, segundo Tepedino, a acusação de que a casa foi
construída com dinheiro do banco. O dinheiro, diz, veio da Principle, "offshore" que consta da declaração de renda da mulher do
banqueiro desde 1986 -à época,
a empresa chamava-se Valence.
Naquele ano, afirma Tepedino,
a "offshore" tinha capital de US$ 1
milhão, legalizado com a anistia
concedida pelo governo Sarney
para quem tinha recursos fora do
país. O patrimônio da Principle,
diz ele, é maior do que o capital,
mas não informou o montante.
O banqueiro também negou ter
havido transporte de mármore
por meio de avião.
A Método, que aparece no relatório final como beneficiária de
honorários diretos de R$ 9,7 milhões, informou que não pode se
pronunciar sobre valores por causa de um contrato de confidencialidade assinado com o banqueiro.
A Racional, que teria recebido
R$ 1,17 milhão, segundo os auditores, diz que o valor que ganhou
para fazer o pré-estudo da obra
foi menor, de R$ 300 mil.
(MCC)
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