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BC retoma intervenção, e dólar tem alta
Moeda subiu 0,72% e fechou o dia a R$ 1,818; analistas avaliam que atuações oficiais não devem voltar a ocorrer diariamente
Banco Central não realizava intervenções no mercado de câmbio desde meados de agosto, quando a crise elevou o dólar a mais de R$ 2
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após quase dois meses, o
Banco Central retomou suas
atuações no mercado de câmbio. Em dia de negociação mais
fraca, devido ao feriado nos Estados Unidos, o leilão de compra de dólares promovido pelo
BC favoreceu a alta da moeda
americana, que terminou vendida a R$ 1,818, depois de subir
0,72%. Na máxima do dia, a
moeda foi vendida a R$ 1,824.
Na sexta-feira, o dólar fechou
vendido a R$ 1,805, menor valor em mais de sete anos.
O BC havia suspendido suas
intervenções em meados de
agosto, devido às turbulências
internacionais, que levaram o
dólar acima de R$ 2. Mas, diferentemente do que vinha ocorrendo antes, analistas entendem que o Banco Central não
fará leilões diariamente para
adquirir moeda dos bancos.
"A atuação do BC foi mais para dar um sinal e marcar presença no mercado", diz Mário
Battistel, analista de câmbio da
Fair Corretora. Segundo operadores, o BC comprou cerca de
US$ 90 milhões ontem.
Apesar da elevação de ontem,
a cotação da moeda ainda é bastante baixa se comparada aos
níveis atingidos há pouco tempo. No dia 16 de agosto, o dólar
encerrou a R$ 2,09. No acumulado do ano, o dólar tem desvalorização de 14,93%.
Ao comprar dólares, o BC
eleva a demanda pela moeda, o
que aumenta as chances de sua
cotação subir.
"Neste momento, entendo
que o BC deve realizar atuações
mais esporádicas", diz Alex
Agostini, economista da consultoria Austin Rating.
"O custo das intervenções é
alto, e as reservas do país estão
em um nível elevado, satisfatório em relação ao tamanho da
dívida externa brasileira", afirma Agostini.
As reservas internacionais do
país estão em torno de US$ 162
bilhões. Em momentos de crise
financeira, principalmente nas
de alcance internacional, ter
um patamar elevado de reservas é relevante para que o país
sofra um contágio negativo menor -é possível mitigar crises
de confiança na capacidade de
o governo poder honrar sua dívida externa e conseguir, assim,
evitar uma preocupante fuga
de capitais externos do país.
Mas, como existe um custo
para o Banco Central comprar
dólares e manter essas divisas,
analistas afirmam que não há
sentido em se adquirir moeda
infinitamente.
Além disso, as pressões inflacionárias que os últimos índices de preços têm demonstrado
podem perder força com a queda do dólar, que tem impacto
positivo sobre os preços de diferentes produtos.
Ações
Durante boa parte do pregão
de ontem, a Bolsa de Valores de
São Paulo operou em baixa,
chegando a marcar recuo de
0,77% na mínima do dia. Porém, o bom momento que a Bovespa atravessa acabou por
prevalecer: seu principal índice
subiu 0,55%, a um novo patamar recorde (62.660 pontos).
As ações da Petrobras e da
Vale do Rio Doce concentraram 35% das operações realizadas no pregão de ontem. A ação
PN da Petrobras, a mais negociada, subiu 1,12%. A PNA da
Vale teve alta de 0,21%.
Outro destaque de giro ontem foram as ações units do
Unibanco, que movimentaram
3,8% do total e subiram 0,22%.
A instituição costuma ser alvo
de especulações sobre sua hipotética venda a concorrentes.
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