São Paulo, Terça-feira, 09 de Novembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

METALÚRGICOS
Reivindicações são reajuste de 20% e redução da jornada; movimento pode atingir mais empresas
Paralisação atinge São José e Campinas

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
da Folha Vale

Cerca de 11 mil metalúrgicos paralisaram ontem as atividades em quatro empresas no primeiro dia da sequência de greves liderada pelo sindicato de São José dos Campos (97 km de SP).
A produção da General Motors, que tem 8.500 funcionários, ficou parada durante todo o dia. Na Philips, Exotec e Parker Hannifin houve paralisações que variaram de 30 minutos a duas horas, envolvendo 2.500 operários.
O sindicalista Ivan Trevisan disse que a entidade deu prazo até amanhã para que as negociações com as empresas dêem algum resultado. "Caso contrário, vamos parar todo mundo", disse.
Os metalúrgicos querem 20% de reajuste salarial -sendo 10% relativos à inflação dos últimos 12 meses (calculada pelo Dieese) e 10% de aumento real-, manutenção das cláusulas sociais do acordo de 97 (o sindicato não assinou o de 98 por discordar do banco de horas) e redução da jornada para 36 horas semanais.
Na GM, segundo o sindicato, houve a adesão dos 8.500 funcionários da unidade, que produz diariamente 500 veículos Corsa e S-10, além de motores do Vectra. A empresa não quis avaliar os prejuízos decorrentes da greve.
Na Philips, os trabalhadores de cada um dos turnos (são três de 8 horas) retardaram a entrada no trabalho. A direção da unidade segurou os funcionários que trabalhavam até a entrada dos grevistas para não afetar a produção.
O gerente de comunicações da Philips, Guilherme Whitaker Penteado, disse que a empresa não faria nenhum comentário até o encerramento das negociações conduzidas pelo grupo 8 da Fiesp.

Campinas
Cerca de 2.850 metalúrgicos paralisaram ontem a produção de três empresas da região de Campinas (99 km de SP).
O objetivo das paralisações é pressionar os empresários a negociar 10% de reajuste, 10% de aumento real e ainda a redução da jornada de 40 para 36 horas semanais com piso salarial de R$ 870.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região organizou a greve na Villares Metais, de Sumaré, Gevisa, de Campinas, e Filtros Mann, de Indaiatuba.
O objetivo dos sindicalistas é manter a greve nas três empresas, além de estender, entre hoje e sexta-feira, a paralisação para outras metalúrgicas da região.
A Gevisa e a Filtros Mann não se pronunciaram ontem. A Villares informou que aguarda o fim da paralisação hoje. ""Essa é uma greve política e aguardamos o fim para hoje", disse o gerente administrativo da Villares, Carlos Alberto Utescher.


Colaborou a Folha Campinas


Texto Anterior: Negócio: Edmond Safra vende bancos com desconto
Próximo Texto: Metalúrgicos podem fazer greve no PR
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.