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Cavallo tem novo dia
de insucessos no FMI
DE WASHINGTON
Domingo Cavallo saiu ontem
de suas reuniões com o Fundo
Monetário Internacional sem um
novo acordo financeiro e com a
sugestão de que serão necessários
novos sacrifícios de gasto público
na Argentina. Cavallo, desde sexta-feira em Washington, voltou
para Buenos Aires.
O país espera receber a liberação de parcela do empréstimo anterior acertado com o Fundo ou
dinheiro de um novo programa
de socorro financeiro. Sem o dinheiro, a Argentina pode dar o
maior calote da história financeira mundial ainda este ano.
O ministro da Economia argentino disse ainda que está adiada a
renegociação da dívida com credores externos até que se feche
novo acordo com o FMI.
"Concordamos que precisamos
cobrir o déficit fiscal e que será necessário adotar decisões políticas.
É preciso mostrar apoio político
necessário para convencer o FMI
e a comunidade financeira internacional", disse o ministro.
A viagem de Cavallo foi ainda
mais infrutífera devido ao fato de
o ministro não ter se reunido nem
com a cúpula nem com a diretoria
do FMI, com poder de decisão.
David Hawley, porta-voz do
FMI, informou à Folha que as
conversas com Cavallo foram solicitadas pelo ministro argentino e
têm como único objetivo debater
os motivos levantados pelo Fundo para congelar os empréstimos.
Segundo os mercados, esses
empréstimos trariam os únicos
recursos disponíveis para evitar
um calote da dívida externa argentina ainda este ano. Só em dezembro, o país terá de pagar 722
bilhões a credores externos.
Antes de ir ao FMI, Cavallo encontrou-se com Charles Dallara,
diretor-geral do IIF (Institute of
International Finance), centro de
estudos financiado pelos maiores
bancos do mundo.
Na última década, o instituto
tem criticado com virulência países que decretam moratória e
acusa o FMI de ter instigado o
Equador a suspender o pagamento de suas dívidas em 1999 - algo
que, segundo investidores, estaria
se repetindo na crise argentina.
Alguns dos principais financiadores do IIF são credores do país.
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