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Rendimento menor dita lentidão da retomada
DA REPORTAGEM LOCAL
A queda de 0,5% da produção
industrial em outubro passado
em relação ao mês anterior não
indica um retrocesso da recente
tendência de recuperação. Mas
mostra que, enquanto a renda do
brasileiro continuar deprimida, o
ritmo de retomada da economia
seguirá em marcha lenta.
"Não foi um retrocesso, foi um
tropeço no mercado interno. Claramente, o dado revela que faltam
uma recuperação da renda e uma
nova rodada de queda dos juros
ao consumidor para reativar o
crédito", afirma Júlio Gomes de
Almeida, diretor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Segundo Almeida, os indicadores mostram que o Banco Central
(BC) poderia ter sido mais agressivo nos cortes de juros.
Para analistas, porém, a continuação da retomada da produção
de bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, revela que a redução de juros
já está tendo algum efeito, ainda
que tímido, sobre o crediário.
Além disso, economistas
-que, em média, esperavam
uma alta de 0,2% da produção industrial em relação a setembro-
dizem que o bom resultado dos
bens de capital (crescimento de
3,8%) indica que o ritmo de recuperação de investimentos continua. "Isso é muito positivo porque mostra que, quando o consumo se recuperar com mais força,
não correremos risco de inflação", diz Roberto Padovani, sócio
da consultoria Tendências.
Para Andrei Spacov, economista do Unibanco, o dado chamado
"média trimestral móvel", que
compara o período de agosto a
outubro com o de julho a setembro, indica que houve desaceleração, mas que persiste a trajetória
de recuperação da indústria.
"Esse indicador, que dá uma
medida melhor de tendência, revela expansão de 4,2% de agosto
para cá, que já anula a queda de
4% entre dezembro de 2002 e julho deste ano", diz Spacov.
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