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Expectativa de corte maior dos
juros cresce com recuo na produção
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As instituições financeiras dão
como certo que o Copom (Comitê de Política Monetária) irá reduzir novamente os juros básicos na
reunião da semana que vem. A
dúvida é em relação à intensidade
dessa redução.
Após o resultado negativo da indústria em outubro, ganhou força
no mercado financeiro a aposta
de que o Copom irá cortar a Selic
(hoje em 17,5% ao ano) em 1,5
ponto percentual. Há mais de
duas semanas os juros futuros
têm fechado em baixa na Bolsa de
Mercadorias & Futuros.
O contrato DI (que considera as
taxas das operações entre os bancos) que projeta os juros para a virada do ano encerrou o pregão de
ontem com taxa de 16,61%, ante
16,68% no fechamento da última
sexta-feira. Há um mês, esse contrato tinha taxa de 18%.
"O atual patamar dos juros
mostra que parte do mercado já
se posicionou para um corte de
1,5 ponto percentual na Selic. A
tendência dos juros futuros ainda
é declinante", diz Sérgio Machado, da Santa Fé Portfólios.
Os negócios têm sido muito
movimentados na BM&F. A média diária de contratos negociados na primeira semana do mês
ficou em 337 mil. Em novembro,
o giro diário foi de 282 mil.
Desde a divulgação do PIB do
terceiro trimestre (0,4%), no fim
de novembro, que veio mais fraco
que o esperado, o mercado passou a acreditar na possibilidade
de a Selic recuar para 16%.
Como os dados referentes ao
terceiro trimestre mostraram
uma economia menos aquecida
que as projeções das instituições
financeiras, o mercado passou a
ver espaço para que o Copom reduzisse mais fortemente os juros,
como forma de estimular o crescimento. Os dados referentes à produção industrial de outubro reforçaram essa aposta.
Desde que a inflação começou a
dar sinais de estar perdendo força, no final do primeiro semestre,
o BC passou a reduzir os juros. A
Selic caiu de 26,5% em maio para
os atuais 17,5% ao ano.
Para o próximo ano, as apostas
são que os juros ainda vão cair,
mas de forma mais lenta.
"Os juros devem estar em torno
de 14% no fim do primeiro semestre de 2004. Com isso, os cortes no
próximo ano devem ser pequenos, de 0,5 ponto percentual em
cada mês", afirma Machado.
O contrato DI com prazo de
vencimento em 180 dias encerrou
os negócios de ontem com taxa de
15,60%. Descontado o cerca de
um ponto percentual que os contratos embutem como prêmio, a
projeção do papel é que a taxa estará em torno de 14,5% em julho.
O que interessa ao governo são
os juros reais -taxa de juros descontada justamente a inflação de
determinado período (hoje, em
cerca de 11%).
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