São Paulo, sexta-feira, 09 de dezembro de 2005
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TENSÃO PÓS-PIB Ministro vê excessos na política monetária e até no saldo comercial e defende ajustes em 2006 para que o país cresça Furlan aponta "exageros" na economia
JULIANNA SOFIA ![]() ESFRIAMENTO - Evitando confronto direto com a equipe econômica, Furlan afirmou que a retração do PIB (soma das riquezas produzidas no país) registrada no terceiro trimestre -o que gerou revisões para baixo na meta de crescimento deste ano- "não foi um acidente". "Isso é resultado de um esforço deliberado de conter a inflação. Não dá para dizer que aconteceu por acaso. Medidas monetárias foram tomadas para esfriar a economia associadas a algumas questões de conjuntura", afirmou. Quando questionado se o Banco Central errou na dose ao administrar a política de juros, o ministro respondeu: "Não gostaria de entrar nesse mérito. Cada um tem suas responsabilidades e objetivos. Poderiam dizer que nós erramos na dose, pois não desejávamos um superávit de US$ 44 bilhões". O ministro disse que a indústria passa por um "período de provação" -juros altos e real valorizado-, mas tem se saído bem, exceto em alguns setores exportadores, como o de calçados. Para Furlan, não há obstáculos à redução dos juros, por inexistirem sinais de inflação de demanda e as empresas estarem operando com capacidade ociosa. SUPERSALDO - Até agora, o Ministério do Desenvolvimento vinha trabalhando com um saldo
comercial de US$ 42 bilhões para
2005. Ontem, o ministro anunciou a nova projeção: US$ 44 bilhões. Até quarta-feira, o saldo da
balança já acumulava US$ 41,183
bilhões, sendo US$ 110,045 bilhões em exportações. O Desenvolvimento avalia que as exportações neste ano vão ultrapassar os
US$ 117 bilhões previstos. DESONERAÇÃO - Furlan afirmou
que o governo está elaborando a
"MP do Bem 2", uma nova medida provisória de desoneração tributária, mas o assunto não será
encaminhado ao Congresso neste
ano. Segundo ele, a prioridade
agora é o projeto da Lei Geral das
Micro e Pequenas Empresas, cuja
renúncia fiscal é estimada entre
R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões. Para a
MP, o governo estuda propostas
de alívio tributário como a desoneração de novos produtos da
cesta básica e de materiais de
construção, beneficiando a habitação popular. PALOCCI - Na entrevista, Furlan
aproveitou ocasiões para alfinetar
diretamente um de seus colegas
de Esplanada, o ministro Antonio
Palocci Filho (Fazenda). Ao comentar que Palocci não participaria ontem de uma reunião de ministros com Lula para tratar de
portos, ele disse que o ministro
poderia provocar restrições. |
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