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Agora, previsão para fim do ano fala em empate
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Como já é de praxe, o consumidor começa a colocar o orçamento em dia em dezembro, retorna
aos poucos às compras e o varejo
revisa para cima as suas expectativas de final de ano.
Segundo dados apresentados
ontem pela Fecomercio SP, é esperada estabilidade no faturamento das lojas neste Natal em relação a 2004. No início de agosto,
a entidade falava em queda de
12%, revisou para uma retração
de 5% e agora prevê empate.
Esse "zero a zero" implica concluir, grosso modo, que o volume
gasto pelos consumidores no Natal deste ano será equivalente ao
gasto em 2004, descontada a inflação. No ano passado, porém, a alta foi de 5,04% do faturamento
real sobre 2003.
A revisão para cima nos números da entidade é explicada pelo
possível bom resultado nas vendas de vestuário, calçados, alimentos e, no caso dos eletrônicos,
os televisores -que estão com
demanda crescente, afirmam economistas da área. O retorno do
ex-inadimplente às compras pode
ajudar no resultado também.
Para todo o ano de 2005, o varejo paulista deve acumular alta de
2% no faturamento real, informa
a federação. É uma expansão tímida, em cima, porém, de outra
expansão: em 2004, o comércio de
São Paulo cresceu 5%.
O diferencial neste ano é que pesou mais nos resultados o volume
de mercadorias vendidas do que
os reajustes de preço -que poderiam pressionar a receita das lojas
para cima. Dados da área de alimentos, eletrônicos e automóveis
mostram que a quantidade de
produtos comercializados cresceu neste ano.
Em 2005, o pior desempenho foi
verificado para itens alimentícios.
Estima-se uma elevação de 3% a
4%. O setor de eletrônicos cresceu
dois dígitos -foram 45 milhões
de itens vendidos no Brasil no ano.
Dívidas
Quanto aos níveis de inadimplência, após a chegada da primeira parcela do 13º salário menos pessoas afirmam ter hoje contas em aberto.
Segundo os dados da federação,
61% dizem estar com alguma dívida não paga atualmente. No
mesmo período do ano passado,
70% afirmavam o mesmo
-eram 63% em novembro.
Levantamento da Serasa, também apresentado ontem, mostra
um novo dado sobre a inadimplência líquida -aquela de maior
credibilidade, que inclui não só a
entrada, mas também a saída de
inadimplentes da lista de pessoas
com pendências.
De janeiro a novembro, 10,5 milhões de brasileiros pagaram as
suas dívidas e deixaram a lista de
inadimplentes, registrando a
maior regularização de pendências já registrada em onze meses
no país. Esse número não inclui as
regularizações do início de dezembro, que sempre crescem
após a chegada do 13º salário.
A Fecomercio fez ontem um
alerta quanto às previsões de resultados no Natal. Mesmo com a
revisão nos dados, a direção acredita que o modelo de empréstimo
consignado, que ganhou força no
ano, vai "minar" em parte o fôlego das vendas a prazo.
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