São Paulo, sexta-feira, 09 de dezembro de 2005

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Agora, previsão para fim do ano fala em empate

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Como já é de praxe, o consumidor começa a colocar o orçamento em dia em dezembro, retorna aos poucos às compras e o varejo revisa para cima as suas expectativas de final de ano.
Segundo dados apresentados ontem pela Fecomercio SP, é esperada estabilidade no faturamento das lojas neste Natal em relação a 2004. No início de agosto, a entidade falava em queda de 12%, revisou para uma retração de 5% e agora prevê empate.
Esse "zero a zero" implica concluir, grosso modo, que o volume gasto pelos consumidores no Natal deste ano será equivalente ao gasto em 2004, descontada a inflação. No ano passado, porém, a alta foi de 5,04% do faturamento real sobre 2003.
A revisão para cima nos números da entidade é explicada pelo possível bom resultado nas vendas de vestuário, calçados, alimentos e, no caso dos eletrônicos, os televisores -que estão com demanda crescente, afirmam economistas da área. O retorno do ex-inadimplente às compras pode ajudar no resultado também.
Para todo o ano de 2005, o varejo paulista deve acumular alta de 2% no faturamento real, informa a federação. É uma expansão tímida, em cima, porém, de outra expansão: em 2004, o comércio de São Paulo cresceu 5%.
O diferencial neste ano é que pesou mais nos resultados o volume de mercadorias vendidas do que os reajustes de preço -que poderiam pressionar a receita das lojas para cima. Dados da área de alimentos, eletrônicos e automóveis mostram que a quantidade de produtos comercializados cresceu neste ano.
Em 2005, o pior desempenho foi verificado para itens alimentícios. Estima-se uma elevação de 3% a 4%. O setor de eletrônicos cresceu dois dígitos -foram 45 milhões de itens vendidos no Brasil no ano.

Dívidas
Quanto aos níveis de inadimplência, após a chegada da primeira parcela do 13º salário menos pessoas afirmam ter hoje contas em aberto.
Segundo os dados da federação, 61% dizem estar com alguma dívida não paga atualmente. No mesmo período do ano passado, 70% afirmavam o mesmo -eram 63% em novembro.
Levantamento da Serasa, também apresentado ontem, mostra um novo dado sobre a inadimplência líquida -aquela de maior credibilidade, que inclui não só a entrada, mas também a saída de inadimplentes da lista de pessoas com pendências.
De janeiro a novembro, 10,5 milhões de brasileiros pagaram as suas dívidas e deixaram a lista de inadimplentes, registrando a maior regularização de pendências já registrada em onze meses no país. Esse número não inclui as regularizações do início de dezembro, que sempre crescem após a chegada do 13º salário.
A Fecomercio fez ontem um alerta quanto às previsões de resultados no Natal. Mesmo com a revisão nos dados, a direção acredita que o modelo de empréstimo consignado, que ganhou força no ano, vai "minar" em parte o fôlego das vendas a prazo.


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