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AGRONEGÓCIO
Vendas podem chegar a 600 mil toneladas até março de 2006; empresas recebem ajuda financeira do governo
Brasil inicia exportação de trigo para ração
DA REUTERS
Exportadores brasileiros estão
embarcando os primeiros lotes de
trigo para produção de ração. O
total pode chegar a 600 mil toneladas até março de 2006. O cereal
está sendo negociado por várias
empresas com ajuda financeira de
um programa do governo para o
escoamento da produção.
Segundo o gerente-geral da CBL
(Companhia Brasileira de Logística), Washington Viana, em Paranaguá, "os terminais já estão recebendo o trigo e nas próximas semanas devem ser escoadas por
aqui cerca de 100 mil toneladas".
São os primeiros carregamentos
desde os embarques de 2004, que
atingiram cerca de 1,5 milhão de
toneladas. Desta vez, o país está
vendendo trigo de qualidade inferior, prejudicado pelo excesso de
chuva durante a colheita, e com o
auxílio financeiro do PEP (Prêmio de Escoamento de Produto).
A Coinbra, subsidiária no Brasil
da trading francesa Louis Dreyfus, foi uma das principais participantes na operação, que também
contou com a Bunge e a Coamo.
O trigo deverá ir para Europa,
Oriente Médio e África.
O gerente da CBL estimou, no
entanto, um volume exportado
-deste mês a março- inferior
ao relatado pelo mercado, de
aproximadamente 300 mil toneladas, acrescentando que sem o
PEP os negócios não teriam saído.
A safra paranaense, estimada
neste ano em 2,87 milhões de toneladas (3 milhões na anterior),
foi bastante prejudicada pela chuva na colheita, que afetou a qualidade de cerca de um terço da produção. Dessa forma, o cereal não
poderia ser destinado para moagem para a produção de farinha.
Segundo registros da Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento), aproximadamente 944
mil toneladas da safra de trigo recém-colhida devem ser escoadas
por meio do PEP, incluindo exportação e também produto enviado para o Nordeste do país.
De acordo com um corretor em
São Paulo, o preço do trigo posto
no navio em Paranaguá ficou em
cerca de R$ 385 por tonelada, mas
o mercado internacional paga
apenas cerca de US$ 95 pelo trigo
para ração (cerca de R$ 210).
O restante foi coberto por um
prêmio estipulado pelo governo,
que variou conforme a demanda
do mercado nos vários leilões de
PEP realizados, ficando perto de
R$ 200 por tonelada, em média.
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