São Paulo, sexta-feira, 09 de dezembro de 2005

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AGRONEGÓCIO

Vendas podem chegar a 600 mil toneladas até março de 2006; empresas recebem ajuda financeira do governo

Brasil inicia exportação de trigo para ração

DA REUTERS

Exportadores brasileiros estão embarcando os primeiros lotes de trigo para produção de ração. O total pode chegar a 600 mil toneladas até março de 2006. O cereal está sendo negociado por várias empresas com ajuda financeira de um programa do governo para o escoamento da produção.
Segundo o gerente-geral da CBL (Companhia Brasileira de Logística), Washington Viana, em Paranaguá, "os terminais já estão recebendo o trigo e nas próximas semanas devem ser escoadas por aqui cerca de 100 mil toneladas".
São os primeiros carregamentos desde os embarques de 2004, que atingiram cerca de 1,5 milhão de toneladas. Desta vez, o país está vendendo trigo de qualidade inferior, prejudicado pelo excesso de chuva durante a colheita, e com o auxílio financeiro do PEP (Prêmio de Escoamento de Produto).
A Coinbra, subsidiária no Brasil da trading francesa Louis Dreyfus, foi uma das principais participantes na operação, que também contou com a Bunge e a Coamo. O trigo deverá ir para Europa, Oriente Médio e África.
O gerente da CBL estimou, no entanto, um volume exportado -deste mês a março- inferior ao relatado pelo mercado, de aproximadamente 300 mil toneladas, acrescentando que sem o PEP os negócios não teriam saído.
A safra paranaense, estimada neste ano em 2,87 milhões de toneladas (3 milhões na anterior), foi bastante prejudicada pela chuva na colheita, que afetou a qualidade de cerca de um terço da produção. Dessa forma, o cereal não poderia ser destinado para moagem para a produção de farinha.
Segundo registros da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), aproximadamente 944 mil toneladas da safra de trigo recém-colhida devem ser escoadas por meio do PEP, incluindo exportação e também produto enviado para o Nordeste do país.
De acordo com um corretor em São Paulo, o preço do trigo posto no navio em Paranaguá ficou em cerca de R$ 385 por tonelada, mas o mercado internacional paga apenas cerca de US$ 95 pelo trigo para ração (cerca de R$ 210).
O restante foi coberto por um prêmio estipulado pelo governo, que variou conforme a demanda do mercado nos vários leilões de PEP realizados, ficando perto de R$ 200 por tonelada, em média.


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