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Bloco terá Parlamento a partir de 2006
DAS ENVIADAS A MONTEVIDÉU
Com a intenção de acelerar o
processo de integração e aprofundar a institucionalização do Mercosul, mas sob o risco de virar um
ralo de recursos públicos e mais
uma estrutura burocrática, o bloco vai ganhar um parlamento
com sede em Montevidéu a partir
de dezembro do ano que vem.
Antes de funcionar plenamente
com representantes eleitos em cada país, porém, o parlamento vai
passar por duas etapas de transição até assumir características definitivas, previstas para 2014, conforme indica o protocolo que será
assinado hoje pelos presidentes
no 29º Encontro de Cúpula do
Mercosul, em Montevidéu.
De acordo com o secretário permanente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, Oscar
Casal, pelo acertado até ontem o
texto que será assinado pelos presidentes determinava que cada
país vai indicar 18 deputados de
seus respectivos congressos para
representar seus países nas reuniões plenárias a cada mês.
Essa estrutura vai funcionar até
2010. Entre dezembro de 2006 e
dezembro de 2010, os deputados
do próximo mandato serão eleitos diretamente e a representação
não será mais paritária. As eleições vão obedecer o calendário
eleitoral de cada país.
O problema acabaria em 2014,
para quando está programada
uma eleição sincronizada em todos os países.
O número de cadeiras deve ser
proporcional ao PIB (Produto Interno Bruto) de cada país, mas essa é uma discussão polêmica porque Uruguai e Paraguai temem o
rolo compressor dos maiores,
principalmente do Brasil.
Embora já gere temor o futuro
poder do Brasil na instância, o
parlamento do Mercosul não terá
funções legislativas e não poderá
vetar as decisões adotadas no
Conselho de Ministros do bloco.
Especialistas apontam vantagens e desvantagens. O lado positivo seria uma maior transparência com relação às negociações do
bloco, já que o parlamento inauguraria um canal de participação
mais ativa da sociedade.
O lado negativo é o risco de que
a instituição se torne uma carga
burocrática de pouco uso. Ainda
não se fala no valor do orçamento
do Parlamento. Na Europa, o Parlamento Europeu costuma ser criticado pela sociedade civil pela
baixa relação custo/benefício.
(CD e FM)
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