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Balbina, usina construída nos anos 80, é vista como o maior pesadelo amazônico
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Atende pelo nome de Balbina
o maior pesadelo hidrelétrico
da Amazônia. Construída entre
1985 e 1989, já depois da ditadura militar, no município de
Presidente Figueiredo (AM),
com potência de apenas 250
MW, a usina alagou uma área
equivalente a uma vez e meia a
cidade de São Paulo.
Além disso, pesquisa recente
mostrou que a hidrelétrica é altamente poluente. Em 2005,
Balbina gerou uma quantidade
de carbono equivalente à metade do gás carbônico emitido em
1999 na cidade de São Paulo
com a queima de combustíveis
fósseis, compara o pesquisador
Alexandre Kemenes. Ele tratou
da contribuição de Balbina para o aquecimento global na tese
de doutorado defendida há dois
anos no Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia).
No caso de Balbina, o fato de
a vegetação nativa não ter sido
removida apenas agravou a
emissão de gases de efeito estufa. A produção de carbono decorre de características do solo
e do clima da região. Balbina
tornou-se um caso emblemático por causa da relação catastrófica entre grandes danos
ambientais e pequena geração
de energia.
Daí porque a usina não pode
ser comparada à hidrelétrica de
Tucuruí. Localizada no rio Tocantins e inaugurada em 1984,
inundou uma área de 500 quilômetros quadrados de floresta
a mais do que Balbina, mas é
considerada hoje a maior hidrelétrica nacional, com potência de 8.776 MW.
Itaipu, com 14.000 MW de
potência, a maior hidrelétrica
do país, é um empreendimento
binacional, com o Paraguai. De
acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, Tucuruí
ainda responde por 93% da
energia hidrelétrica produzida
hoje na Amazônia.
"A gente espera que os erros
não se repitam", comenta Alexandre Kemenes, que aponta
formas de contornar a emissão
de gases de efeito estufa em
Balbina, sobretudo por meio da
captura de carbono na saída das
turbinas.
"O metano ainda pode ser
aproveitado para gerar energia", afirmou.
(MS)
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