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Brasileiro está otimista com a economia
Confiança é maior entre moradores das regiões Norte e Centro-Oeste, que prevêem melhora substancial nos próximos meses
Pesquisa Datafolha feita em todo o país mostra que 54% dos brasileiros esperam que a sua situação econômica vá melhorar no futuro
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria dos brasileiros está
otimista com a evolução de sua
situação econômica, mas são os
moradores das regiões Norte e
Centro-Oeste os que acreditam
que haverá substancial melhora nos próximos meses.
Coincidentemente, são alguns dos Estados dessas duas
regiões os que hoje concentram
os maiores índices de aumento
das vendas no comércio, onde o
impacto da melhora da renda e
do emprego é direto.
Também ocorre no Norte e
no Centro-Oeste grande parte
da produção de commodities
agrícolas e minerais do país, cujos preços vêm atingindo níveis
recordes no mercado internacional e ampliando a renda de
produtores dessas áreas.
Pesquisa Datafolha realizada
em todo o país entre os dias 26 e
29 de novembro com 11.741 entrevistados mostra que 54%
dos brasileiros acreditam que
sua situação econômica vai melhorar daqui para a frente.
Entre os moradores do Norte/Centro-Oeste, o percentual
salta a 61%; no Nordeste é de
59%. Nas regiões Sul e Sudeste,
os números ficam abaixo da
média nacional: 42% e 52%,
respectivamente.
Enquanto as vendas médias
do comércio varejista subiram
9,6% em todo o país entre janeiro e setembro, em alguns
Estados do Nordeste o percentual de aumento é muito superior. Em Alagoas, a alta foi de
26%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Ceará, de 12,3%.
Em Sergipe, de 11,5%.
No caso do Nordeste, a região
também concentra a maioria
dos beneficiários de programas
sociais e assistenciais, como o
Bolsa Família e outros vinculados à Previdência.
Estados do Norte, Nordeste e
Centro-Oeste como Maranhão
(14,8%), Pará (10,9%) e Mato
Grosso do Sul (14,1%) também
tiveram vendas comerciais no
ano maiores do que a média.
Já no Sul e no Sudeste, vários
Estados têm registrado desempenho do comércio abaixo da
média nacional. Casos de Rio
Grande do Sul (6,2%), Paraná
(7,1%), Rio (6,1%) e Minas Gerais (7%), por exemplo.
Mais inflação
O Datafolha também questionou os entrevistados sobre
suas expectativas sobre a inflação, o desemprego e o poder de
compra. O último levantamento do tipo havia sido feito em
meados de dezembro de 2006,
logo após a reeleição do presidente Lula.
Os números mostram que os
brasileiros estão mais realistas
em relação ao futuro e que as
expectativas voltaram a patamares anteriores à eleição do
ano passado.
Esperam que a inflação aumente, por exemplo, 46% dos
entrevistados, patamar próximo aos 44% de abril do ano passado e distante dos 33% do período pós-eleitoral. Praticamente o mesmo ocorre com as
expectativas em relação ao desemprego.
Mauro Paulino, diretor-geral
do Datafolha, afirma que períodos eleitorais tendem a inflar o
otimismo entre a população.
"Há um bombardeio de mensagens positivas nos programas
eleitorais."
Previsões para 2008
Segundo as previsões de algumas consultorias, os resultados de alguns indicadores econômicos do país em 2008 não devem se diferenciar muito dos
deste ano.
A Tendências, por exemplo,
aposta em inflação de 4% em
2008, contra 3,9% neste. Já o
desemprego poderá cair de
9,5% para 9,1%, mesmo considerando um crescimento menor do PIB (4,8% neste ano,
contra 4,4% no próximo).
Já a MB Associados espera
aumento da inflação de 3,9%
para 4,3% e diminuição do desemprego -de 9,4% para 8,5%.
"A inflação deve ser um pouco
maior por conta da demanda
mais aquecida", afirma Sérgio
Vale, economista-chefe da MB
Associados.
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