São Paulo, domingo, 09 de dezembro de 2007

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Brasileiro está otimista com a economia

Confiança é maior entre moradores das regiões Norte e Centro-Oeste, que prevêem melhora substancial nos próximos meses

Pesquisa Datafolha feita em todo o país mostra que 54% dos brasileiros esperam que a sua situação econômica vá melhorar no futuro

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos brasileiros está otimista com a evolução de sua situação econômica, mas são os moradores das regiões Norte e Centro-Oeste os que acreditam que haverá substancial melhora nos próximos meses.
Coincidentemente, são alguns dos Estados dessas duas regiões os que hoje concentram os maiores índices de aumento das vendas no comércio, onde o impacto da melhora da renda e do emprego é direto.
Também ocorre no Norte e no Centro-Oeste grande parte da produção de commodities agrícolas e minerais do país, cujos preços vêm atingindo níveis recordes no mercado internacional e ampliando a renda de produtores dessas áreas.
Pesquisa Datafolha realizada em todo o país entre os dias 26 e 29 de novembro com 11.741 entrevistados mostra que 54% dos brasileiros acreditam que sua situação econômica vai melhorar daqui para a frente.
Entre os moradores do Norte/Centro-Oeste, o percentual salta a 61%; no Nordeste é de 59%. Nas regiões Sul e Sudeste, os números ficam abaixo da média nacional: 42% e 52%, respectivamente.
Enquanto as vendas médias do comércio varejista subiram 9,6% em todo o país entre janeiro e setembro, em alguns Estados do Nordeste o percentual de aumento é muito superior. Em Alagoas, a alta foi de 26%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Ceará, de 12,3%. Em Sergipe, de 11,5%.
No caso do Nordeste, a região também concentra a maioria dos beneficiários de programas sociais e assistenciais, como o Bolsa Família e outros vinculados à Previdência.
Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste como Maranhão (14,8%), Pará (10,9%) e Mato Grosso do Sul (14,1%) também tiveram vendas comerciais no ano maiores do que a média.
Já no Sul e no Sudeste, vários Estados têm registrado desempenho do comércio abaixo da média nacional. Casos de Rio Grande do Sul (6,2%), Paraná (7,1%), Rio (6,1%) e Minas Gerais (7%), por exemplo.

Mais inflação
O Datafolha também questionou os entrevistados sobre suas expectativas sobre a inflação, o desemprego e o poder de compra. O último levantamento do tipo havia sido feito em meados de dezembro de 2006, logo após a reeleição do presidente Lula.
Os números mostram que os brasileiros estão mais realistas em relação ao futuro e que as expectativas voltaram a patamares anteriores à eleição do ano passado.
Esperam que a inflação aumente, por exemplo, 46% dos entrevistados, patamar próximo aos 44% de abril do ano passado e distante dos 33% do período pós-eleitoral. Praticamente o mesmo ocorre com as expectativas em relação ao desemprego.
Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, afirma que períodos eleitorais tendem a inflar o otimismo entre a população. "Há um bombardeio de mensagens positivas nos programas eleitorais."

Previsões para 2008
Segundo as previsões de algumas consultorias, os resultados de alguns indicadores econômicos do país em 2008 não devem se diferenciar muito dos deste ano.
A Tendências, por exemplo, aposta em inflação de 4% em 2008, contra 3,9% neste. Já o desemprego poderá cair de 9,5% para 9,1%, mesmo considerando um crescimento menor do PIB (4,8% neste ano, contra 4,4% no próximo).
Já a MB Associados espera aumento da inflação de 3,9% para 4,3% e diminuição do desemprego -de 9,4% para 8,5%. "A inflação deve ser um pouco maior por conta da demanda mais aquecida", afirma Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.


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