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VAREJO
J.C. Penney adquiriu 63% do controle acionário da rede gaúcha; valor "irresistível" do negócio não foi revelado
Empresa dos EUA compra a Lojas Renner
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
A J.C. Penney, uma das maiores
redes varejistas dos Estados Unidos, baseou sua decisão de comprar a Lojas Renner na aposta de
que o mercado brasileiro possui
"excelente potencial de crescimento a longo prazo".
A aquisição do controle da Renner foi anunciada ontem, em Porto
Alegre (RS), onde fica a sede da rede de 21 lojas de departamento
existentes na região Sul e São Paulo.
A companhia norte-americana,
que começa a operar no Brasil a
partir da aquisição de 63% do controle acionário da empresa gaúcha,
manterá o investimento de R$ 45
milhões em São Paulo, para a abertura de mais dez lojas no Estado,
no decorrer do próximo ano e em
2000.
Atualmente, a Renner possui 21
lojas no país (11 no Rio Grande do
Sul, 3 em Santa Catarina, 2 no Paraná e 5 em São Paulo -na capital,
São Bernardo do Campo, Guarulhos e Sorocaba).
A presença no Brasil reforçará o
programa internacional da Penney, que tem foco na América Latina. A empresa já opera, fora dos
Estados Unidos, no Chile, México
e Porto Rico.
Proposta "irresistível"
O diretor-presidente da Renner,
Cristiano Renner, disse que a proposta da Penney foi "irresistível",
mas não divulgou o valor da transação.
Ele declarou que sua família decidiu vender a empresa, cuja primeira loja foi fundada em 1922,
porque "se trata de um bom negócio", impulsionado por uma "série
de fatores conjunturais ocorridos
no Brasil e no exterior".
A Penney deve manter o nome
Renner e o quadro atual de funcionários. As lojas, especializadas em
moda, passarão a contar com uma
maior variedade de marcas, como,
por exemplo, o jeans Arizona.
A companhia norte-americana
trabalha com departamentos especializados em vestuário (feminino,
masculino, jovem, infantil e para
bebê), lista de noivas, calçados,
acessórios, decoração e utilidades
para o lar.
Faturamento de US$ 31 bi
O faturamento da Penney, no
ano passado, foi de US$ 31 bilhões.
As 1.200 lojas de departamento geraram US$ 16 bilhões, as 2.800
"drugstores" da rede Eckerd faturaram US$ 10 bilhões, o catálogo
de vendas, US$ 4 bilhões e a companhia de seguros, US$ 1 bilhão.
Presente nos 50 Estados norte-americanos, a Penney ocupa com
suas unidades uma área de quase
13 mil quilômetros quadrados
(mais da metade do Estado de Sergipe, que tem 22.050 quilômetros
quadrados).
Anualmente, mais de 98 milhões
de clientes passam pelas lojas da
rede, dos quais cerca de 15 milhões
têm o cartão de crédito J.C. Penney.
A Renner, que sofreu um processo de reestruturação em 91, faturou R$ 253 milhões no ano passado.
O presidente da Penney, James
Oesterreicher, disse, por meio de
sua assessoria no Brasil, que a empresa adquirida "goza de um desempenho financeiro sólido", que
permitirá a entrada no mercado
brasileiro "de forma significativa e
proveitosa em termos de custos".
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