São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2004

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LUÍS NASSIF

Conforme alertado

Ao brasileiro jamais ocorreria perguntar ao Ministério das Relações Exteriores sobre a situação de países a serem visitados. Não é o que ocorre nos Estados Unidos. O Departamento de Estado tem informações bem organizadas sobre todos os países, às quais recorrem não só turistas norte-americanos como europeus e asiáticos. As companhias de seguro também baseiam seus prêmios nessas informações oficiais, que levantam de epidemias a criminalidade.
No dia 7, quarta-feira, as informações sobre o Brasil foram alteradas, com a ressalva de que "esse texto reflete as mudanças no requerimento de entrada de cidadãos americanos viajando ao Brasil e aumento de criminalidade".
Não poupa nenhuma das três grandes atrações brasileiras de turismo internacional: o Carnaval nas grandes cidades, Foz do Iguaçu e Amazônia.
Informações que constam do site, no item "Cuidados e Segurança":
"Manifestações políticas e greves trabalhistas acontecem esporadicamente em áreas urbanas e podem causar distúrbios temporários no sistema de transporte público. Todos os protestos têm potencial para se tornarem violentos. Embora seja improvável que cidadãos americanos sejam alvos durante esses eventos, são aconselhados a tomar precauções de bom senso e evitar qualquer grande reunião ou outro tipo de evento que grupos tenham organizado para manifestar ou protestar. Indivíduos ligados a entidades criminosas operam ao longo da Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai. Essas organizações estão envolvidas com o tráfico de mercadorias ilícitas e alguns indivíduos na área estão apoiando financeiramente organizações terroristas internacionais."
"Cidadãos americanos devem estar atentos ao visitar partes remotas da bacia amazônica. Casos recentes de violência contra interesses de cidadãos americanos, pescadores americanos e outros turistas aventureiros detidos por raivosos indígenas (ou por seus representantes do governo brasileiro da Funai) por avançar em terras protegidas (...)".
No item "Crime": "As taxas de criminalidade cresceram em todo o Brasil, mas permanecem maiores nas grandes cidades. A incidência de crimes contra turistas (..) prevalece especialmente durante o Carnaval. Ocasionalmente, crimes contra turistas são violentos e já levaram a algumas mortes. (...) Crimes de rua também podem ocorrer tanto durante o dia e áreas mais seguras da cidade não estão imunes a isso. Assaltos em ônibus públicos são frequentes e transporte desse tipo deve ser evitado (...)"
"Roubos armados de homens e carros, alguns deles violentos, e crimes de rua estão se tornando comuns. No Rio de Janeiro, esforços de chefes do tráfico presos para tomar poder sobre a cidade levaram a uma violenta movimentação contra autoridades locais e contra o comércio. (...) Nos aeroportos, lobbies de hotéis, estações de ônibus e outros espaços públicos há muito batedor de carteira, e o roubo de bagagens de mão, pastas e laptops é comum. (...) Raptos em carros estão aumentando em São Paulo e outras cidades".
Esse aviso do Departamento de Estado vai ficar no ar por muito tempo e causará estragos duradouros ao turismo nacional.

E-mail -
Luisnassif@uol.com.br


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