São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Entrada de recursos tem evitado valorização da moeda dos EUA, que fecha semana a R$ 2,833

Mesmo com atuação do BC, dólar recua

DA REPORTAGEM LOCAL

A atuação do Banco Central no mercado de câmbio não segurou o dólar. Em dia de fechamento de expressivo volume de captações no exterior, feitas por empresas brasileiras, o dólar recuou 0,70%, para R$ 2,833.
"Com a enxurrada de dólares que tem entrado no mercado, se o Banco Central não estivesse intervindo, a moeda poderia já estar abaixo dos R$ 2,80", diz Carlos Alberto Abdalla, diretor da corretora Souza Barros.
A Vale do Rio Doce anunciou a captação de US$ 500 milhões no mercado internacional, com prazo de 30 anos. Já a CSN abriu uma emissão com bônus de dez anos para captar US$ 200 milhões.
O BC passou a comprar dólares na quinta diretamente no mercado para recompor suas reservas. Os dois leilões feitos até o momento envolveram pequenos montantes, segundo operadores.
Os C-Bonds seguiram em trajetória de alta, fechando novamente acima dos 100% de seu valor de face. Os títulos da dívida brasileira encerraram ontem a US$ 1,0081.
Com a possibilidade de que o Tesouro venha a exercer seu direito de recompra dos C-Bonds, o que poderia retirar boa parte do volume girado com esses títulos ou mesmo extingui-los do mercado, a BM&F suspendeu ontem as negociações de contratos futuros do papel da dívida externa com vencimento posterior a abril.
Com a alta dos C-Bonds, o risco-país está cada vez mais próximo dos 400 pontos. O mercado continua esperando um anúncio do governo sobre uma possível emissão soberana, recompra de C-Bonds ou uma troca por novos títulos ("swap").
A Bovespa superou pela primeira vez os 24 mil pontos ontem. Mas acabou fechando o pregão aos 23.916 pontos, alta de 0,84%.
Apesar da captação recorde, o papel PNA da Vale fechou com baixa de 1,9%.
As ações das teles foram as que mais subiram. No setor, o maior ganho ficou com Telemig Participações PN, que subiu 6,7%.
As projeções dos juros negociadas na BM&F voltaram a cair. O contrato DI (que segue as taxas das operações entre os bancos) de prazo mais curto recuou de 16,01% para 15,97%. Isso mostra a expectativa de um corte de pelo menos 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, hoje em 16,50% anuais, na próxima reunião do Copom. (FABRICIO VIEIRA)


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