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GADO DOENTE
Previsão é da Agricultura
Japão pode importar carne brasileira
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A crise da vaca louca nos Estados Unidos pode render ao Brasil
uma conta de US$ 600 milhões
em exportações de carne bovina
ainda neste ano.
Segundo o ministro Roberto
Rodrigues (Agricultura), o Japão
sinalizou que poderá abrir seu
mercado para a carne brasileira.
A iniciativa, caso venha realmente a ocorrer, pode influenciar
Taiwan e Coréia do Sul a rever a
proibição de importação do produto nacional.
O aumento das exportações de
carne bovina, no entanto, pode
elevar o preço do produto no
mercado interno, segundo avaliação do próprio ministro.
Para Roberto Rodrigues, o produtor brasileiro também será beneficiado pela venda de aves e de
carne suína para o mercado americano, caso as negociações entre
os países dêem certo. "Isso depende das negociações diplomáticas."
Segundo o ministro, a embaixada brasileira em Tóquio tem sido
procurada para tratar do assunto.
Os países asiáticos não compram
a carne bovina brasileira por não
aceitarem o sistema de erradicação da febre aftosa feita por regiões, embora esse modelo seja
aceito pela Organização Mundial
de Saúde Animal.
Ainda não estão livres da doença Estados do Norte e do Nordeste, disse Rodrigues -cerca de
85% do território nacional já está
livre da doença, de acordo com o
ministério.
No próximo dia 25, uma delegação brasileira irá ao Oriente para
apresentar as condições do produto nacional. Além do Japão, o
grupo visitará a Coréia do Sul e
Taiwan. Esses mercados são responsáveis pela compra de aproximadamente 450 mil toneladas de
carne dos Estados Unidos.
Os ganhos com a crise da vaca
louca, no entanto, seriam por
pouco tempo, em até quatro anos.
Mais obstáculo
Um outro obstáculo que o país
deverá passar é o sistema de rastreabilidade do gado. O Sisbov
(Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina) possui cadastrados apenas 9,5 milhões dos 180
milhões de cabeças de gado do
país.
A venda de US$ 600 milhões em
um primeiro momento não representaria uma perda do produto no mercado interno, pois viria
do crescimento da produção prevista para este ano, entre 10% e
15%. Nessa perspectiva, a venda
de carnes para o exterior subiria
dos atuais US$ 4 bilhões para
US$ 4,6 bilhões.
Mas, afirma Rodrigues, caso o
produtor veja mais benefício em
exportar do que em vender a mercadoria internamente, o preço da
carne poderia aumentar para o
consumidor nacional.
A Folha consultou a Embaixada
do Japão em Brasília, que informou desconhecer o fato de o governo daquele país ter entrado em
contato com autoridades brasileiras sobre o assunto.
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