São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 2006

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Alckmin já prepara plano econômico

O governador Geraldo Alckmin já começou a dar os primeiros passos com o objetivo de montar a sua plataforma de governo na economia para disputar a indicação do PSDB para concorrer à Presidência.
Desde o final de passado, Alckmin tem se reunido semanalmente com diversos especialistas, principalmente da área econômica, para ter um amplo conhecimento dos principais problemas do país. As reuniões duram três horas em média.
Um dos primeiros a participar desses encontros foi o ex-presidente do BC Armínio Fraga. Outro interlocutor de Alckmin tem sido o economista Yoshiaki Nakano, da Fundação Getulio Vargas. A lista é grande e inclui também nomes como os de Luiz Carlos Mendonça de Barros, Raul Velloso, Roberto Giannetti da Fonseca, Paulo Renato de Souza, José Cechin e José Pastore.
Segundo uma pessoa próxima a Alckmin, os grupos não são fixos. Alckmin quer se preparar o quanto antes para mostrar ao PSDB que pode ser uma opção melhor do que José Serra na "briga" para disputar a Presidência.
Ao manter essa rotina de encontros permanentes com especialistas em diferentes áreas, sendo que a maioria com passagens pelo governo FHC, Alckmin quer deixar claro uma de suas principais diferenças em relação ao prefeito de São Paulo, José Serra.
Enquanto Serra é definido como centralizador, que seria ao mesmo tempo presidente e ministro da Fazenda, Alckmin quer deixar bem claro que pretende fazer um governo plural e com a participação de nomes de peso para cuidar das principais áreas, como a economia.
Alckmin pretende utilizar na campanha as lições que tem recebido. Ele tem defendido, por exemplo, a idéia de déficit nominal zero, uma proposta antiga de Yoshiaki Nakano, um dos seus interlocutores mais freqüentes.

PARCERIA DE GIGANTES
A Vale do Rio Doce e a Petrobras anunciam hoje a sua primeira parceria internacional. As duas companhias vão atuar na pesquisa e na exploração de gás natural em Moçambique. Se os estudos evoluírem, o gás vai servir para alimentar a futura mina de carvão que a Vale está desenvolvendo no país africano.

PRECISA-SE
Dois dos mais estratégicos cargos empresariais no país estão vagos. As cadeiras de diretor de marketing da Vivo e da TIM ainda não foram ocupadas. Cada uma delas, de duas gigantes da telefonia nacional, movimenta uma verba que chega a ser superior a R$ 100 milhões por ano.

SINAL DE CONFIANÇA
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, encontra-se hoje com o presidente da BR Distribuidora, Rodolfo Landim, para negociar a renovação do contrato de fornecimento de combustível com a companhia aérea. A BR é um dos maiores credores da Varig, e a renovação pode representar um sinal de confiança na empresa.

CONQUISTA
A operação da Siemens no Brasil acaba de concluir o levantamento dos dados relativos ao ano fiscal encerrado em outubro. No período, a empresa conquistou a liderança no segmento de PABX para micro e pequenas empresas, com crescimento de 18 pontos percentuais, de 25% no exercício anterior para 43%.

BENEFICENTE
A fabricante suíça IWC Schaffhausen decidiu leiloar um de seus mais antigos relógios para reverter a renda para a Fundação Laureus, que mantém programas esportivos em todo o mundo em prol de crianças carentes. A empresa arrecadou U$S 42,9 mil com a venda do modelo Big Pilot -foram fabricados apenas mil peças em 1940. O nome de quem arrematou o relógio não foi divulgado.

NOVOS MERCADOS
O reposicionamento do setor calçadista brasileiro no mercado mundial e a escolha do país como local de produção de marcas européias serão dois dos "panos de fundo" da próxima Couromoda, dos dias 16 a 19, em São Paulo. "Cada vez mais exportamos produtos de maior valor agregado. Antes, trabalhávamos com grandes distribuidores. Agora estamos em contato com pequenos lojistas, que são quem compram esses produtos", diz Francisco Santos, fundador e presidente da Couromoda, que atrairá entidades varejistas dos EUA e da Europa. Essa mudança de perfil tem permitido ao setor atenuar a perda de rentabilidade por conta do câmbio. Outro foco do setor será a negociação de parcerias com fabricantes de países como Itália e Espanha, que começam a transferir a produção para fora da Europa devido aos elevados custos trabalhistas da região. A expectativa é que a feira gere em negócios ao menos R$ 5 bilhões.

CUSTO BRASIL
A crise política tem afetado, sim, os negócios das empresas que atuam no comércio exterior. É o que revela pesquisa recém-concluída pela Abracex (Associação Brasileira de Comércio Exterior), com 243 empresas. Para 83% dos entrevistados, a crise causa apreensões e inibe o desenvolvimento dos negócios. Além da crise e de questões recorrentes como câmbio, juros e carga tributária, outro motivo de preocupação, segundo Roberto Segatto, presidente da entidade, é a lentidão da Justiça no país, especialmente a trabalhista, considerada paternalista. "Em recente viagem à Europa, um quarto das empresas que visitei se mostrou preocupada com essa questão", diz.


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