|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PROTECIONISMO
Sobretaxas temporárias vinham sendo aplicadas em caráter temporário, sob o argumento de dumping
EUA podem efetivar taxa sobre suco do Brasil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Departamento de Comércio
dos Estados Unidos anunciou ontem que vai determinar que os
agentes aduaneiros apliquem sobretaxas às importações de suco
de laranja congelado do Brasil. A
decisão ainda terá que ser confirmada pela ITC (Comissão Internacional de Comércio), que tem
até 21 de fevereiro para analisar as
conclusões do Departamento de
Comércio.
O governo americano iniciou
investigações em agosto de 2005 e
desde então tem adotado sobretaxas temporárias que serão retiradas ou ajustadas, dependendo da
decisão do ITC.
Segundo a nota divulgada pelo
Departamento de Comércio, alguns produtores e exportadores
brasileiros vendem o produtos
abaixo do preço justo, o que caracteriza dumping -venda do
produto no mercado internacional a preços menores do que os do
mercado doméstico.
A investigação do Departamento de Comércio detectou que os
produtos brasileiros são vendidos
no mercado americano com preços entre 9,73% e 60,29% abaixo
do que deveria ser praticado, dependendo da empresa, e determinou que esses sejam os valores
das sobretaxas calculados sobre o
imposto de importação. Para algumas empresas, a sobretaxa caiu
de 31% para 19%.
Segundo a Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores
de Cítricos), os EUA impõem taxas adicionais para a importação
do suco de laranja do Brasil desde
1930, quando o governo americano começou a cobrar US$ 492 a
mais para cada tonelada do produto. Atualmente, são cobrados
US$ 418 por tonelada, mais de
50% do preço do produto, que
custa cerca de US$ 800 a tonelada.
Geralmente, as queixas são relativas ao preços do produto brasileiro, que causam criticas dos
produtores de cítricos da Flórida.
Para os produtores brasileiros, as
reclamações ocorrem porque o
suco do país é mais competitivo.
Dados disponíveis no site do
Ministério do Desenvolvimento
mostram que, de 1992 a 1999, a
participação do suco de laranja
brasileiro nos EUA caiu de 91%
para 71%.
Segundo o Departamento de
Defesa Comercial do Itamaraty,
para reverter a decisão, o setor
privado terá que fornecer dados
que provem não haver dumping.
Texto Anterior: Mercado Financeiro: Dólar desce para menor valor em um mês Próximo Texto: O vaivem das commodities Índice
|