São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PROTECIONISMO

Sobretaxas temporárias vinham sendo aplicadas em caráter temporário, sob o argumento de dumping

EUA podem efetivar taxa sobre suco do Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou ontem que vai determinar que os agentes aduaneiros apliquem sobretaxas às importações de suco de laranja congelado do Brasil. A decisão ainda terá que ser confirmada pela ITC (Comissão Internacional de Comércio), que tem até 21 de fevereiro para analisar as conclusões do Departamento de Comércio.
O governo americano iniciou investigações em agosto de 2005 e desde então tem adotado sobretaxas temporárias que serão retiradas ou ajustadas, dependendo da decisão do ITC.
Segundo a nota divulgada pelo Departamento de Comércio, alguns produtores e exportadores brasileiros vendem o produtos abaixo do preço justo, o que caracteriza dumping -venda do produto no mercado internacional a preços menores do que os do mercado doméstico.
A investigação do Departamento de Comércio detectou que os produtos brasileiros são vendidos no mercado americano com preços entre 9,73% e 60,29% abaixo do que deveria ser praticado, dependendo da empresa, e determinou que esses sejam os valores das sobretaxas calculados sobre o imposto de importação. Para algumas empresas, a sobretaxa caiu de 31% para 19%.
Segundo a Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos), os EUA impõem taxas adicionais para a importação do suco de laranja do Brasil desde 1930, quando o governo americano começou a cobrar US$ 492 a mais para cada tonelada do produto. Atualmente, são cobrados US$ 418 por tonelada, mais de 50% do preço do produto, que custa cerca de US$ 800 a tonelada.
Geralmente, as queixas são relativas ao preços do produto brasileiro, que causam criticas dos produtores de cítricos da Flórida. Para os produtores brasileiros, as reclamações ocorrem porque o suco do país é mais competitivo.
Dados disponíveis no site do Ministério do Desenvolvimento mostram que, de 1992 a 1999, a participação do suco de laranja brasileiro nos EUA caiu de 91% para 71%.
Segundo o Departamento de Defesa Comercial do Itamaraty, para reverter a decisão, o setor privado terá que fornecer dados que provem não haver dumping.


Texto Anterior: Mercado Financeiro: Dólar desce para menor valor em um mês
Próximo Texto: O vaivem das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.