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Caixa Econômica paga amanhã a última parcela de perdas do FGTS
Valor equivale à reposição de prejuízos causados pelos planos Verão e Collor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Caixa Econômica Federal
começa a pagar amanhã a última parcela da reposição das
perdas sofridas pelo FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço) na implantação de
planos econômicos na década
de 80. Vão receber aqueles que
aderiram ao acordo proposto
pelo governo em 2001.
O pagamento é feito diretamente na conta indicada pelo
trabalhador na época da assinatura do acordo. Quem não indicou nenhuma conta pode procurar uma agência da Caixa para receber o dinheiro.
Nessa última etapa, a liberação será de cerca de R$ 800 milhões, totalizando R$ 39,4 bilhões pagos, nos últimos anos,
para 32,2 milhões de trabalhadores, de acordo com a Caixa.
Os pagamentos se referem à
reposição de perdas causadas
pelos diferentes índices usados
na correção dos saldos do
FGTS na época da implantação
dos planos Verão (1988) e Collor 1 (1990). Em processo julgado em 2000, o STF (Supremo
Tribunal Federal) reconheceu
o direito de um grupo de 20 trabalhadores a essa correção.
Estima-se que cerca de 38,8
milhões de pessoas trabalhavam com carteira assinada entre dezembro de 1988 e fevereiro de 1989 e em abril de 1990, e,
portanto, têm direito à reposição das perdas.
Milhares de processos semelhantes ainda aguardavam decisão final. Como dificilmente o
STF mudaria o posicionamento, o governo decidiu propor
um acordo aos trabalhadores.
Pelo acordo, os trabalhadores que tinham mais de R$
2.000 a receber aceitaram desistir das ações judiciais, além
de concordar com desconto
que variou de 8% a 15% no valor
a ser pago. Em troca, o governo,
por meio da Caixa, faria o pagamento em parcelas -a última
sairia, no máximo, em 2007.
O prazo para a adesão ao
acordo foi até dezembro de
2003. Quem não aderiu pode
entrar na Justiça, na qual ainda
tramitam processos sobre esse
assunto. Porém, de acordo com
a Caixa, mesmo nos processos
judiciais que ainda estão em
andamento têm sido fechados
acordos semelhantes ao proposto pelo governo em 2001.
Do total pago até agora, R$
32,4 bilhões foram sacados.
Outros R$ 5,8 bilhões foram
depositados nas contas do
FGTS dos trabalhadores, nos
casos em que o saque não era
possível por causa das regras do
fundo. Além disso, R$ 372 milhões foram liberados para saques, mas ainda não foram retirados. Segundo a Caixa, esse dinheiro se refere a pagamentos
de baixo valor, em que as pessoas não compareceram para
reclamar os recursos.
O dinheiro para a correção
veio de várias fontes, como o
próprio patrimônio do FGTS e
o Tesouro. Além disso, o governo também passou a cobrar
uma contribuição que incide,
até hoje, sobre a indenização
paga aos trabalhadores demitidos sem justa causa.
Na prática, para as empresas
essa indenização passou a ser
equivalente a 50% do saldo no
FGTS do trabalhador demitido:
40% para o empregado e 10%
para o governo. Com o fim do
pagamento da correção, o governo estuda usar esses 10%
adicionais para financiar investimentos em infra-estrutura.
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