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BNDES financia multinacionais
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
Ao longo do atual programa de
privatizações, iniciado em 1991, o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), gestor das privatizações federais e assessor das estaduais,
concedeu financiamentos no valor de R$ 2,462 bilhões a grupos
estrangeiros para a compra do
controle, ou de parte do controle,
de quatro empresas.
O valor corresponde a 38,05%
dos R$ 6,469 bilhões que o banco
federal emprestou para os compradores de 18 empresas, de um
total de 139 privatizações feitas até
agora. Desde 1991 as privatizações
feitas no país renderam o equivalente a US$ 103,4 bilhões. O
BNDES é praticamente a única
fonte de financiamentos de longo
prazo do país. O banco informou
que tem por política não financiar
a compra de ativos, mas admite
fazê-lo para estimular processos
de reestruturação empresarial
que considere importantes, incluindo as privatizações.
Todos os financiamentos dados
para companhias de capital estrangeiro nas privatizações foram
para a compra de empresas estaduais do setor de energia elétrica.
O maior deles, no valor de R$
1,013 bilhão, foi para a Light, controlada por capitais da França e
dos Estados Unidos, adquirir o
controle da Eletropaulo Metropolitana, de São Paulo, em 1998.
Segundo o banco, todos os financiamentos aos estrangeiros
foram feitos com recursos captados no exterior -a principal fonte do BNDES é o FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador).
O banco informou ainda que,
no geral, os financiamentos estão
sendo remunerados a cerca de
14% ao ano, mais a variação cambial de uma cesta de moedas estrangeiras.
Os técnicos do BNDES afirmam
que esse custo do dinheiro é bem
maior do que os financiamentos
às empresas nacionais, normalmente remunerados com base na
TJLP (taxa de juros de longo prazo), que está atualmente em 10%
ao ano.
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