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TRANSPORTES
Conglomerado investe R$ 22,5 mi em terminais em SC e SE e quer exportar 1 milhão de toneladas de cimento
Grupo Votorantim decide entrar no negócio de portos
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Votorantim, maior grupo privado brasileiro, dono de indústrias de cimento, metais, alimentos e mesmo banco, estréia até o
final de fevereiro em mais um negócio: a administração de terminais portuários.
O grupo decidiu investir R$ 22,5
milhões nos portos de Imbituba
(SC) e Barra dos Coqueiros (SE)
para administrar terminais de importação e exportação. O plano é
ganhar rapidez no transporte de
cimento e, dentro de três anos, exportar cerca de 1 milhão de toneladas do produto.
"Hoje praticamente não exportamos cimento. Mas estamos nos
preparando para vender para países da África, por exemplo", afirma à Folha o diretor de logística
da Votorantim Cimentos, Arivair
Dall'Stella.
Existe hoje uma enorme ociosidade nas 16 fábricas da Votorantim Cimento. Elas têm condições
de produzir 41 milhões de toneladas anuais, mas fabricam apenas
16 milhões. Dall'Stella afirma que
a empresa passa por grandes oscilações de encomendas, principalmente do setor público. As exportações podem diminuir essa dependência.
O cimento é principal fonte de
receita da Votorantim. Representa cerca de 40% do seu faturamento anual de R$ 9 bilhões. Daí a
atenção que o grupo está dando
para o negócio de terminais. O
objetivo é ganhar mais agilidade
no transporte da matéria-prima e
no envio de cimento.
Até o final do mês a empresa
passa a administrar um terminal
de exportação em Barra dos Coqueiros. Em Imbituba, até início
de março, será a vez de iniciar as
atividades no terminal de importação. "Construiremos também
um terminal de exportação ali."
Os terminais que atendem a
empresa levam hoje cinco dias
para descarregar um navio. "Reduziremos em 10% esse tempo."
O terminal de importação em
Imbituba, que recebe coque (matéria-prima para a produção de
cimento), será arrendado da
Companhia Docas de Imbituba.
O terminal movimenta cerca de
400 mil toneladas por ano e, com
o arrendamento para a Votorantim, passará a ser o primeiro do
Brasil a ter de cumprir metas de
qualidade.
A determinação é da nova
Agência Nacional de Transportes
Aquáticos (Antaq), que fiscaliza o
setor portuário no Brasil. "Hoje o
terminal de Imbituba tem capacidade para movimentar cerca de
400 mil toneladas por ano. Dentro
de alguns anos poderá movimentar 800 mil."
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