São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2004
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Quanto dura? Quanto vai durar o embargo japonês e coreano à carne bovina norte-americana devido ao caso de vaca louca nos EUA? "É muito difícil prever", diz o "papa" da carne bovina no Brasil, o médico veterinário Pedro de Felício, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. Argumentos fortes Felício diz que a argumentação dos EUA é forte para a suspensão do embargo. O animal foi importado do Canadá, e todo o lote desses animais já foi sacrificado para exames laboratoriais, com resultados negativos para a doença. Carne jovem Além disso, a carne exportada é jovem, de animais de 18 a 20 meses. Esses animais não consomem ração no primeiro ano de vida, que é quando os bovinos poderiam se infectar pelo agente da BSE. Há estudos que indicam que a infecção se dá pela ração nos primeiros seis meses de vida. Período crítico Felício diz que normalmente a doença tem evolução nos animais de três a cinco anos. Houve apenas dois casos em animais entre 20 e 24 meses. Os bovinos jovens não são acometidos nem constituem fonte de espalhamento do agente da doença BSE, diz ele. Então, quanto dura? Felício arrisca um palpite: "Em menos de três meses estará tudo resolvido". Os japoneses já admitem que não há problema em levantar o embargo, mas para mostrar que são bons em negociação querem testes laboratoriais em 100% dos novilhos, o que o Usda diz não ter base científica, além de ser muito caro. Ainda em queda Os preços recebidos pelos produtores paulistas seguem em queda. Nos últimos 30 dias até 7 deste mês, o recuo foi de 1,9% para os 19 produtos pesquisados, diz o Instituto de Economia Agrícola. O tomate lidera as quedas com 22,5%. Limpeza de armazéns A oferta de arroz em São Paulo aumentou. O produto agora vem do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de Mato Grosso. A queda de preços deve ser intensificada a partir do dia 20, segundo o analista Romeu Fiod. Caminho do mar As exportações de carne continuam aquecidas. Na primeira semana deste mês, as vendas diárias somam US$ 20 milhões. Se for mantido esse valor diário até o final do mês, as receitas somarão US$ 380 milhões. Já as de soja, que atingem US$ 21 milhões por dia, poderão atingir US$ 400 milhões. Exportações menores As vendas externas de café renderam US$ 117 milhões em janeiro, 8% menos do que em 2003. Essa queda se deve a um recuo de 24% no volume exportado, que foi de 1,74 milhão de sacas de 60 quilos. A queda já era prevista pelo Cecafé devido à quebra de safra. Exportações da Caramuru A Caramuru colocou 500 mil toneladas de soja no mercado externo no ano passado, 17% mais do que em 2002. As receitas somaram US$ 98 milhões, com evolução de 28% sobre as do ano anterior. Já as vendas externas de óleo de soja recuaram 79% em volume e 73% em receitas no mesmo período. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Dólar recua 0,27% após 3 altas seguidas Próximo Texto: Panorâmica - Balança comercial: Saldo de 2004 está positivo em US$ 1,901 bilhão Índice |
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