São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 2007

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TELEFONIA

Provera não ordenou espionagem da Telecom Italia, diz "araponga"

JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

O acionista majoritário da Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera, nunca deu ordem para que sua equipe usasse a estrutura da operadora para espionagem ilegal. A afirmação é do ex-chefe mundial de Segurança da Telecom Italia, Giuliano Tavaroli, e foi reproduzida ontem pelo jornal "Corriere della Sera".
Tavaroli está preso desde setembro em Milão. É acusado pelo Ministério Público italiano de ter encabeçado um gigantesco esquema de arapongagem. Mais de 2.000 pessoas, afirmam os procuradores, tiveram violados computadores e dados telefônicos, bancários, fiscais -dentre elas, jornalistas do "Corriere", um dos mais importantes diários italianos.
"Tronchetti e [Carlo] Buora [vice-presidente da Telecom Italia] sempre me pediram para operar na legalidade", disse Tavaroli, para depois admitir que seu time de segurança pode ter extrapolado os limites de sua competência. "A partir de 2001, talvez tenhamos nos deixado levar [pelo entusiasmo]", disse ele, que avalia "nunca ter feito mal a ninguém".
Outra testemunha, o ex-detetive Marco Bernardini, havia dito à imprensa italiana que a invasão dos computadores do "Corriere della Sera" interessavam diretamente a Tronchetti Provera.
A Folha conversou com Bernardini por meio de seu advogado, Vincenzo Carosi, que também atua no Brasil. "Muitas pessoas foram espionadas no seu país", disse.
Ele revelou ainda que, em seu depoimento à Procuradoria de Milão, o técnico tido como principal "hacker" da Telecom Italia, Fabio Ghioni, afirmou que as invasões partiam do Brasil porque aqui "não existe uma lei específica contra ações de "hackeragem'".


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