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Lula telefona a Kirchner e diz estar
"contente" com solução de impasse
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REDAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva telefonou ontem para o
presidente da Argentina, Néstor
Kirchner, ao saber da efetivação
do acordo entre o vizinho sul-americano e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Segundo a assessoria da Presidência da República, Lula congratulou Kirchner pelo acordo, dizendo estar "contente" e "satisfeito" pela superação de eventuais
problemas com o Fundo.
"Uma solução negociada com a
Argentina é uma boa medida",
afirmou o ministro Jaques Wagner (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social). "Para nós, é uma ótima notícia." As
negociações da Argentina com o
FMI foram um dos temas da reunião de Lula e um grupo de ministros, ontem, no Planalto.
A hipótese de calote no pagamento da dívida da Argentina
com o FMI era considerada preocupante no governo Lula.
Na avaliação de Jaques Wagner,
o acordo obtido pelo governo argentino não aumentará as pressões sobre Lula por mudanças na
política econômica brasileira e
mais vantagens nas negociações
com o FMI, como liberdade
maior para gastos públicos. "No
caso da Argentina, a taxa de exigência do Fundo é menor: o país
quebrou, tem índice maior de pobreza e foi, por muito tempo, um
aluno comportado do Fundo.
Não chegamos ao fundo do poço
a que a Argentina chegou."
O acordo brasileiro com o FMI
termina no final deste ano. O governo Lula já informou que não
pretende renová-lo.
"Capacidade"
O chanceler brasileiro, Celso
Amorim, atribuiu à "capacidade
negociadora" do governo argentino o acordo com o FMI.
Segundo Amorim, o Brasil não
teve participação ou influência direta nas negociações.
"Seria pretensioso de nossa parte dizer que o Brasil teve alguma
influência porque, obviamente,
em todos os contatos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve com outros governantes e, recentemente, com o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Horst Köhler [que acaba
de deixar o cargo], nós salientamos a importância de fortalecer
um governo que tem feito um
grande esforço em termos de uma
política econômica séria, com
austeridade, dentro das condições difíceis que existem na Argentina", disse, em entrevista na
Prefeitura de São Paulo.
Amorim assinou acordos com a
ONU (Organização das Nações
Unidas) e a Prefeitura de São Paulo para a realização, na capital
paulista, da 11ª Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre
Comércio e Desenvolvimento),
de 13 a 18 de junho.
Também estavam presentes a
prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o secretário-geral da Unctad, Rubens Ricupero.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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