São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2004 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Ainda piores As novas estimativas de safra de soja para o Paraná indicam desempenho das lavouras ainda pior do que as anteriores. Avaliando os mais recentes dados do setor, o Deral reduziu a estimativa de safra para 10,2 milhões de toneladas no Estado neste ano. As previsões iniciais para a oleaginosa eram de safra próxima de 12 milhões. Maior seca em 11 anos A queda de produção no Paraná ocorre devido à forte seca no oeste do Estado, a maior em 11 anos. Se confirmados os novos dados do Deral, a safra deste ano ficará abaixo dos 10,8 milhões de toneladas registrados no ano passado. Reação externa Os dados de quebra de safra no Brasil feitas pela AgRural, na segunda-feira -que reduziu as estimativas de safra nacional para 54,4 milhões de toneladas-, e as de ontem do Deral ajudaram a elevar os preços do produto no mercado interno (2%) e em Chicago (3,4%). Queda no milho A seca tem efeito localizado na safra normal de milho, que deverá recuar para 7,6 milhões neste ano, 9% abaixo da registrada em 2003. O clima afeta, também, o plantio do milho safrinha, que atinge apenas 37% da área neste ano, contra 57% em 2003. Hoje termina o prazo ideal para o plantio e as estimativas são de redução da área em relação ao que se esperava. Algodão afetado Vera Zardo, do Deral, diz que a seca no Estado afeta também a safra de algodão. Os dados de ontem indicam uma produção de apenas 93,1 mil toneladas, 10,5% menos do que a prevista anteriormente. Receitas menores A atual safra de café (julho/03 a junho/04) está trazendo menos divisas para o país do que a anterior. Dados do Cecafé mostram que o país arrecadou US$ 1,05 bilhão de julho do ano passado a fevereiro deste ano, 2,8% menos do que no mesmo período da safra anterior. Perdendo lugar As exportações brasileiras desta safra somam 16,5 milhões de sacas, 23,5% menos do que no mesmo período da anterior. A Colômbia ocupa o espaço que está sendo deixado pelo Brasil no mercado externo. Alta nos preços Em fevereiro, os preços do café arábica foram negociados, em média, a R$ 203,50 por saca, segundo acompanhamento do Cepea. Esse valor mostra evolução de 5% em relação à média do ano anterior. Já a saca de café conillon fechou a R$ 133,60, com queda de 12%. Não foram os agrícolas O Índice de Preços por Atacado da FGV surpreendeu ao subir 1,42% e voltou a pressionar a inflação média. Desta vez, o peso não veio dos agrícolas, que caíram 0,8%. Já os produtos industriais subiram 2,3%. Efeito quebra A quebra da quebra na safra brasileira mexeu ontem com os preços da soja no mercado externo porque os estoques mundiais estão baixos e essa redução da oferta do produto no Brasil agrava ainda mais a situação do abastecimento. A próxima safra será a dos EUA em setembro. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Alta dos preços não agrada ao mercado Próximo Texto: Imprevidência: Dinheiro de aposentado pode vir de empresas Índice |
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