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PRODUÇÃO
Custo fiscal não está definido
Política industrial vai a conselho incompleta
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de quase um ano em discussão no governo, a política industrial será submetida ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, amanhã, sem que
estejam definidos os custos dos
novos incentivos fiscais.
Ontem, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento)
não quis confirmar informação
divulgada pelo diário inglês "Financial Times" de que o estímulo
à produção de máquinas (bens de
capital) alcançaria R$ 2 bilhões.
O setor é um dos já escolhidos
pelo governo como estratégicos
para o desenvolvimento econômico. Os outros três setores são
fármacos e medicamentos genéricos, semicondutores e programas
de computador, os softwares.
Esses setores estão definidos
desde meados do ano passado.
Eles aparecem relacionados em
documento divulgado pelo governo em novembro, com o título
"Diretrizes de política industrial,
tecnológica e de comércio exterior". Desde então, representantes de cinco ministérios buscam
detalhar o custo das medidas.
O anúncio desses detalhes estava previsto, desde então, para
março. Segundo o ministro Jaques Wagner, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, as medidas serão anunciadas
em detalhes até o final do mês.
Amanhã, a política industrial
será o principal tema da reunião
dos 90 conselheiros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
com exposição de Furlan.
Pressões
Wagner já reagiu antecipadamente a pressões de vários setores
da economia descontentes por
não terem sido escolhidos para
beneficiários da nova política industrial. "Se não tiver foco, não
tem política industrial nenhuma", afirmou o ministro. "Mas isso não quer dizer que vamos fazer
o céu para alguns e inferno para
os demais."
A política industrial será tema
de mais uma reunião hoje da Câmara de Política Econômica (grupo de ministros que discute a situação da economia). Até o momento, o governo aparentemente
superou as restrições a benefícios
dirigidos a determinados setores
da economia e até a recorrer a incentivos fiscais. Falta definir os
detalhes da política industrial.
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